Fidel Castro - Primeiro ministro antes de Cuba se tornar socialista Fidel Alejandro Castro Ruz, mais conhecido como Fidel Castro, (Birán, 13 de agosto de 1926 – Havana, 25 de novembro de 2016) foi um político e revolucionário cubano que governou a República de Cuba como primeiro-ministro de 1959 a 1976 e depois como presidente de 1976 a 2008. Também foi primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba de 1961 até 2011. Após o triunfo da Revolução Cubana, a fuga de Batista e a renúncia de Anselmo Alliegro, em 3 de janeiro de 1959, Manuel Urrutia Lleó foi nomeado Presidente Provisório da República de Cuba. Considerou-se que a escolha de Urrutia, um liberal educado e cristão, como presidente seria bem-vinda pelos Estados Unidos. Por meio desse movimento, Castro conseguiu com sucesso a aprovação do governo dos EUA para Urrutia. O novo governo revolucionário consistia em grande parte de políticos cubanos veteranos e liberais, incluindo José Miró Cardona, que seria nomeado primeiro-ministro de Cuba por Urrutia. Após a surpreendente renúncia de Cardona, em 16 de fevereiro de 1959, Castro foi empossado como primeiro-ministro de Cuba. Em abril, ele visitou os Estados Unidos, porém o presidente Dwight D. Eisenhower não se encontrou com ele, mas em vez disso enviou o vice-presidente Richard Nixon, de quem Castro imediatamente não gostou. Depois de conhecer Castro, Nixon o descreveu a Eisenhower como: "O único fato de que podemos ter certeza é que Castro tem aquelas qualidades indefiníveis que o tornaram um líder. O que quer que possamos pensar dele, ele será um grande fator em o desenvolvimento de Cuba e muito possivelmente nos assuntos latino-americanos em geral. Ele parece ser sincero. Ele é incrivelmente ingênuo sobre o comunismo ou sob a disciplina comunista - meu palpite é o primeiro... Suas idéias sobre como administrar um governo ou uma economia são menos desenvolvidas do que as de quase qualquer figura mundial que conheci em cinquenta países. Mas como ele tem o poder de liderar... não temos escolha a não ser pelo menos tentar orientá-lo na direção certa". Seguindo para o Canadá, Trinidad, Brasil, Uruguai e Argentina; Castro participou de uma conferência econômica em Buenos Aires, propondo, sem sucesso, um "Plano Marshall" de US$ 30 bilhões financiado pelos Estados Unidos para a América Latina. O Plano Marshall foi um programa de recuperação econômica feito pelos Estados Unidos para ajudar a Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Com ele, pretendia também evitar o crescimento do comunismo e a expansão da influência soviética no continente. Em maio de 1959, Castro sancionou a Primeira Reforma Agrária, estabelecendo um limite para as propriedades de 993 acres por proprietário e proibindo estrangeiros de obter a propriedade de terras cubanas. Cerca de 200.000 camponeses receberam títulos de propriedade quando grandes latifúndios foram desmembrados; popular entre a classe trabalhadora, alienou os proprietários de terras mais ricos, incluindo a própria mãe de Castro, cujas terras foram tomadas. Em um ano, Castro e seu governo haviam efetivamente redistribuído 15% da riqueza do país, declarando que "a revolução é a ditadura dos explorados contra os exploradores". Castro nomeou-se presidente da Indústria Turística Nacional, introduzindo medidas para encorajar a visita de turistas afro-americanos, anunciando Cuba como um paraíso tropical livre de discriminação racial. Juízes e políticos tiveram seus salários reduzidos, enquanto funcionários públicos de baixo escalão tiveram seus salários aumentados, e em março de 1959, Castro declarou que os aluguéis para aqueles que ganhavam menos de US$ 100 por mês seriam reduzidos pela metade. O governo cubano também começou a expropriar os cassinos e propriedades dos líderes da máfia e levando milhões em dinheiro. Antes de morrer, Meyer Lansky disse que Cuba o "arruinou". Meyer Lansky (4 de julho de 1902 - 15 de janeiro de 1983), conhecido como o "Contador da máfia", foi uma figura central do crime organizado americano que desenvolveu um império do jogo que se estendia por todo o mundo. Na Cuba governada por Fulgencio Batista, Lansky e outros criminosos como Santo Traficante Sr. e seu filho Santo Traficante Jr., fizeram fortuna. No verão de 1959, Fidel nacionalizou a produção de açúcar e o refino de petróleo, apesar da objeção de investidores estrangeiros que possuíam participações nessas commodities. Embora na época se recusasse a categorizar seu regime como socialista e repetidamente negasse ser comunista, Castro nomeou marxistas para altos cargos governamentais e militares. Mais significativamente, Che Guevara que tornou-se governador do Banco Central e depois ministro das Indústrias. O presidente Urrutia expressou cada vez mais preocupação com a crescente influência do marxismo. Irritado, Castro, por sua vez, anunciou sua renúncia como primeiro-ministro em 18 de julho - culpando Urrutia por complicar o governo com seu "anticomunismo febril". Mais de 500.000 partidários de Castro cercaram o Palácio Presidencial exigindo a renúncia de Urrutia, que ele apresentou. Em 23 de julho, Castro retomou seu cargo de primeiro-ministro e nomeou o marxista Osvaldo Dorticós como presidente. O governo de Castro enfatizou projetos sociais para melhorar o padrão de vida de Cuba, muitas vezes em detrimento do desenvolvimento econômico. Grande ênfase foi colocada na educação, e durante os primeiros 30 meses do governo de Castro, mais salas de aula foram abertas do que nos 30 anos anteriores. O sistema de ensino primário cubano oferecia um programa de trabalho-estudo, com metade do tempo em sala de aula e a outra metade em atividade produtiva. Os cuidados de saúde foram nacionalizados e expandidos, com centros de saúde rurais e policlínicas urbanas abrindo em toda a ilha para oferecer assistência médica gratuita. A vacinação universal contra doenças infantis foi implementada e as taxas de mortalidade infantil foram reduzidas drasticamente. Uma terceira parte desse programa social foi a melhoria da infraestrutura. Nos primeiros seis meses do governo de Castro, 1.000 km de estradas foram construídas em toda a ilha, enquanto US$ 300 milhões foram gastos em projetos de água e saneamento. Mais de 800 casas foram construídas todos os meses nos primeiros anos da administração em um esforço para reduzir a falta de moradia, enquanto creches foram abertas para crianças e outros centros abertos para deficientes e idosos. Castro usou o rádio e a televisão para desenvolver um "diálogo com o povo", fazendo perguntas e fazendo declarações provocativas. Seu regime permaneceu popular entre os trabalhadores, camponeses e estudantes, que constituíam a maioria da população do país, enquanto a oposição veio principalmente da classe média; milhares de médicos, engenheiros e outros profissionais emigraram para a Flórida, causando uma fuga de cérebros. A produtividade diminuiu e as reservas financeiras do país foram drenadas em dois anos. Depois que a imprensa conservadora expressou hostilidade ao governo, o sindicato dos tipógrafos pró-Castro interrompeu a redação e, em janeiro de 1960, o governo ordenou que publicassem um "esclarecimento" escrito pelo sindicato dos tipógrafos ao final de artigos críticos ao governo. O governo de Castro prendeu centenas de contra-revolucionários, muitos dos quais foram submetidos a confinamento solitário, tratamento rude e ameaçador. Grupos militantes anti-Castro, financiados por exilados, a CIA e o governo dominicano, realizaram ataques armados e estabeleceram bases guerrilheiras nas montanhas de Cuba, levando à Rebelião de Escambray, que durou seis anos. Na época, 1960, a Guerra Fria assolava as duas superpotências: os Estados Unidos, uma democracia liberal capitalista, e a União Soviética (URSS), um estado socialista marxista-leninista governado pelo Partido Comunista. Expressando desprezo pelos EUA, Castro compartilhou as visões ideológicas da URSS, estabelecendo relações com vários estados marxistas-leninistas. Encontrando-se com o vice-primeiro-ministro soviético Anastas Mikoyan, Castro concordou em fornecer à URSS açúcar, frutas, fibras e peles em troca de petróleo bruto, fertilizantes, produtos industriais e um empréstimo de $ 100 milhões. O governo de Cuba ordenou que as refinarias do país - então controladas pelas corporações americanas Shell e Esso — processassem o petróleo soviético, mas, sob pressão dos Estados Unidos, recusaram. Castro respondeu expropriando e nacionalizando as refinarias. Em retaliação, os EUA cancelaram a importação de açúcar cubano, levando Castro a nacionalizar a maioria dos ativos estadunidenses na ilha, incluindo bancos e usinas de açúcar. As relações entre Cuba e os EUA ficaram ainda mais tensas após a explosão de um navio francês, o La Coubre, no porto de Havana em março de 1960. O navio carregava armas compradas da Bélgica, e a causa da explosão nunca foi determinada, mas Castro insinuou publicamente que o governo dos EUA era culpado de sabotagem. Inspirado por seu sucesso anterior com o golpe de estado guatemalteco de 1954, em março de 1960, o presidente dos EUA, Eisenhower, autorizou a CIA a derrubar o governo de Castro. Ele forneceu a eles um orçamento de $ 13 milhões e permitiu que eles se aliassem a Máfia, que ficou puta com o fato de o governo de Castro ter fechado seus bordéis e cassinos em Cuba. Em 13 de outubro de 1960, os EUA proibiram a maioria das exportações para Cuba, iniciando um embargo econômico. Em retaliação, o Instituto Nacional de Reforma Agrária INRA assumiu o controle de 383 empresas privadas em 14 de outubro e, em 25 de outubro, outras 166 empresas americanas que operam em Cuba tiveram suas instalações confiscadas e nacionalizadas. Em 16 de dezembro, os EUA encerraram sua cota de importação de açúcar cubano, a principal exportação do país. Nações Unidas Em setembro de 1960, Castro voou para a cidade de Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas. Hospedando-se no Hotel Theresa no Harlem, ele se reuniu com jornalistas e figuras anti-establishment como Malcolm X. Castro decidiu ficar no Harlem como forma de expressar solidariedade com a população afro-americana pobre que vivia lá, levando assim a uma variedade de líderes mundiais como Nasser do Egito e Nehru da Índia tendo que se dirigir até o Harlem para vê-lo. Ele também se encontrou com o primeiro-ministro soviético Nikita Khrushchev, com os dois condenando publicamente a pobreza e o racismo enfrentados pelos americanos em áreas como o Harlem. As relações entre Castro e Khrushchev eram calorosas; com troca mutua de aplausos nos discursos na Assembléia Geral. A sessão de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro de 1960 foi altamente tensa, com Khrushchev batendo o sapato contra a mesa para interromper um discurso do delegado filipino Lorenzo Sumulong, que deu o tom geral para os debates e discursos. Castro fez o discurso mais longo já realizado na Assembleia Geral das Nações Unidas, falando por quatro horas e meia em um discurso principalmente dedicado a denunciar as políticas americanas em relação à América Latina. Posteriormente, foi visitado pelo primeiro secretário polonê sWładysław Gomułka, pelo primeiro secretário búlgaro Todor Zhivkov, pelo presidente egípcio Gamal Abdel Nasser e pelo primeiro-ministro indiano Jawaharlal Nehru, Castro também recebeu uma recepção noturna do Comitê Fair Play para Cuba. O Fair Play for Cuba Committee foi um grupo ativista criado na cidade de Nova York por Robert Taber em abril de 1960. O objetivo da FPCC era fornecer apoio de base à Revolução Cubana contra os ataques do governo dos Estados Unidos, uma vez que Fidel Castro começou a assumir abertamente seu compromisso com o marxismo. Seus membros foram colocados sob vigilância do FBI. De volta a Cuba, Castro temia um golpe apoiado pelos Estados Unidos; em 1959, seu regime gastou US$ 120 milhões em armamento soviético, francês e belga e, no início de 1960, dobrou o tamanho das forças armadas de Cuba. Temendo elementos contra-revolucionários no exército, o governo criou uma Milícia Popular para armar os cidadãos favoráveis à revolução, treinando pelo menos 50.000 civis em técnicas de combate. Em setembro de 1960, criaram os Comitês de Defesa da Revolução(CDR), uma organização civil nacional que implementou espionagem de bairro para detectar atividades contra-revolucionárias, bem como organizar campanhas de saúde e educação, tornando-se um canal para reclamações públicas. Em 1970, um terço da população estaria envolvida no CDR, e isso aumentaria para 80%. Apesar do medo de um golpe, Castro conquistou apoio na cidade de Nova York. Em 18 de fevereiro de 1961, 400 pessoas - principalmente cubanos, porto-riquenhos e estudantes universitários - fizeram piquete na chuva do lado de fora das Nações Unidas, protestando pelos valores anticoloniais de Castro e seu esforço para reduzir o poder dos Estados Unidos sobre Cuba. Os manifestantes seguravam cartazes que diziam: "Sr. Kennedy, Cuba não está à venda", "Viva Fidel Castro!" e "Abaixo o imperialismo ianque!". Cerca de 200 policiais estiveram no local, mas os manifestantes continuaram entoando palavras de ordem e jogando moedas em apoio ao movimento socialista de Fidel Castro. Alguns americanos discordaram da decisão do presidente John F. Kennedy de proibir o comércio com Cuba e externamente apoiaram suas táticas revolucionárias nacionalistas. Castro iniciou a nova administração uma democracia direta, na qual os cubanos poderiam se reunir em manifestações para expressar sua vontade democrática. Como resultado, ele rejeitou a necessidade de eleições, alegando que os sistemas democráticos representativos serviam aos interesses das elites socio-econômicas. O secretário de Estado dos EUA, Christian Herter, anunciou que Cuba estava adotando o modelo soviético de governo, com um estado de partido único, controle governamental dos sindicatos, supressão das liberdades civis e ausência de liberdade de expressão e imprensa. Alex

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