Saci
Em 2005, foi instituído o Dia do Saci no Estado de São Paulo, a data também é celebrado em Vitória (Espírito Santo); Poços de Caldas e Uberaba (Minas Gerais); Fortaleza e Independência (Ceará) comemorado no dia 31 de outubro, a fim de restaurar as figuras do folclore brasileiro, em contraposição a influências folclóricas estrangeiras, como o Dia das Bruxas.
Sua origem presumida entre os indígenas da Região das Missões, no Sul do país, de onde teria se espalhado por todo o território brasileiro.
A Região das Missões é uma região turística localizada no Noroeste do Rio Grande do Sul. Recebe turistas do Brasil e de diversas partes do mundo, principalmente da Argentina, do Paraguai, do Uruguai e da Europa.
O saci é um negro jovem de uma perna só, portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe concede poderes mágicos.
Considerado uma figura brincalhona, que se diverte com os animais e pessoas, fazendo pequenas travessuras que criam dificuldades domésticas, ou assustando viajantes noturnos com seus assovios – bastante agudos e impossíveis de serem localizados.
Atrapalha o trabalho das cozinheiras, fazendo-as queimar as comidas, ou ainda, colocando sal nos recipientes de açúcar ou vice-versa; ou faz os viajantes se perderem nas estradas. Lhe é atribuída também a capacidade de ser carregado por redemoinhos.
O mito existe pelo menos desde o fim do século XVIII ou começo do XIX.
Influências
Indígena
As entidades protetoras da floresta Jaci Jaterê da cosmologia guarani e o Kambaí da cosmologia caingangue são possíveis influências na concepção do Saci.
Africana
Uma lenda iorubá descreve Aroni, um gnomo de uma perna só que ensina a Oçânhim sobre o uso de ervas medicinais pode ter influenciado a concepção do Saci. Outros relatam Oçânhim e Anoni como a mesma entidade.
Portuguesa
Da mitologia portuguesa, o saci herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário Trasgo. Trasgo é um ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da região de Trás-os-Montes. Rebelde, de pequena estatura, Trasgos usa gorros vermelhos e possui poderes sobrenaturais.
De Portugal para o Brasil veio a crença da explicação sobrenatural sobre redemoinhos, de que seriam guiados por uma "coisa ruim" e que poderiam arremessar pessoas. Foi documentada essa crença no Brasil, paralelamente a crença da ligação entre o Saci e redemoinhos.
Literatura
O primeiro escritor a se voltar para a figura do saci-pererê foi Hugo de Carvalho Ramos, com seu conto "O Saci", publicado em 1910.
Hugo de Carvalho Ramos (Vila Boa de Goiás, 21 de maio de 1895 — Rio de Janeiro, 12 de maio de 1921) foi um contista e poeta brasileiro.
Era filho do juiz e poeta Manoel Lopes de Carvalho Ramos e de Mariana Fenelon Ramos. Iniciou seus estudos na cidade natal onde, desde cedo, impressionou seus mestres pelo fascínio demonstrado pela literatura, que o levou a ler os clássicos universais ainda na adolescência. Fase em que conviveu com ilustres colegas tais como: Benjamin Vieira, Breno Guimarães, Cora Coralina, Leão Caiado e Vítor de Carvalho Ramos (seu irmão).
Ultrapassada a primeira etapa dos estudos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, matriculando-se, em 1916, na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais.
Iniciou-se cedo na carreira literária escrevendo em prosa e em verso. Sabe-se que alguns de seus contos mais conhecidos foram escritos aos quinze ou dezesseis anos. Em 1917 publicou Tropas e Boiadas, uma coletânea de contos de inspiração sertaneja, que mereceu referências elogiosas da crítica nacional.
Em 1920, estando prestes a concluir o curso jurídico e estando já abatido por crise de depressão, viajou ao interior de Minas Gerais e São Paulo. No ano seguinte, novamente de volta ao Rio de Janeiro, vítima da angústia e da depressão, cometeu suicídio.
Em 31 de janeiro de 1999, um seleto júri selecionado pelo jornal mais importante do Estado de Goiás, "O Popular", de Goiânia, incluiu a sua obra imortal, "Tropas e Boiadas" (1917), dentre as vinte obras literárias goianas mais importantes do século XX, tendo obtido o primeiro lugar com "10 menções" por parte do júri.
Ele foi uma das principais influencias de Guimarães Rosa.
A partir da leitura dessa obra, Monteiro Lobato se interessou pelo assunto e realizou uma pesquisa entre os leitores do jornal O Estado de S. Paulo. Com o título de "Mitologia Brasílica – Inquérito sobre o Saci-Pererê", Lobato colheu respostas dos leitores do jornal que narravam as versões do mito, no ano de 1917. O resultado foi a publicação, no ano seguinte, da obra O Saci-Pererê: resultado de um inquérito, primeiro livro do escritor.
O inquérito
Em 1917, Monteiro Lobato propôs aos leitores do "Estadinho", suplemento do jornal O Estado de S. Paulo, do qual era colaborador, que enviassem cartas contando tudo o que soubessem ou tivessem ouvido falar sobre o mito do Saci-Pererê. Especificamente, pedia respostas a três perguntas:
Qual a sua concepção pessoal do Saci; como o recebeu na sua infância; de quem recebeu; que papel representou tal crendice na sua vida, etc.
Qual a forma atual da crendice na região do país em que o leitor vivia.
Que histórias e casos interessantes conhecia a respeito do Saci.
O inquérito recebeu dezenas de respostas, que apresentaram tons variados. Muitas traduziam uma nostalgia da infância passada em fazendas do interior de São Paulo e Minas Gerais, outras atribuíam a crença no Saci à ignorância da população rural. Há também referências a outras lendas brasileiras, como o lobisomen, a mula-sem-cabeça e o boitatá.
Lobato não assinou a obra como autor, considerando que seu papel havia sido de editor dos textos enviados.
Mais tarde, em 1921, o autor voltaria a recorrer ao personagem, no livro O Saci, seu segundo trabalho dedicado à literatura infantil.
Histórias em quadrinhos
O quadrinista Ziraldo criou em 1958 a série de histórias em quadrinhos A Turma do Pererê, em que o Saci contracena com o índio Tininim, a onça-pintada Galileu e outros personagens. As histórias foram originalmente publicadas na revista O Cruzeiro.
Saci aparece em várias histórias da Turma da Mônica de Mauricio de Sousa (mais frequentemente em histórias do Chico Bento, mais ligadas ao folclore brasileiro) e em histórias brasileira dos quadrinhos Disney.
Saci aparece no mangá Akuma-kun (1963–1964) de Shigeru Mizuki.
Akuma-kun é uma série de mangá escrita e ilustrada por Shigeru Mizuki. Existem várias versões do mangá, uma das quais foi adaptada para um programa de TV live-action e outra para umasérie de anime para televisão. Além disso, dois filmes surgiram da série de anime: Akuma-kun: The Movie lançado em 1989 e Akuma-kun: Yōkoso Akuma Land e!! lançado em 1990.
Uma série original de anime foi anunciada com a Toei Animation e o diretor Junichi Sato retornando da série anterior. Sato atuará como diretor-chefe e Fumitoshi Oizaki atuará como diretor da série. Hiroshi Ōnogi supervisionará os roteiros. A série está programada para ser lançada mundialmente na Netflix em 9 de novembro de 2023.
Cinema e Televisão
O primeiro ator a representar o papel foi Paulo Matozinho, no filme O Saci, adaptado do livro infantil de Lobato. A produção de 1951 da Brasiliense Filmes foi dirigida por Rodolfo Nanni.
Na televisão, as séries que adaptaram a obra de Monteiro Lobato em 1977 e 2007 tiveram Romeu Evaristo e Fabrício Boliveira, respectivamente, interpretando o personagem. O cantor Jorge Benjor também encarnou o saci no especial Pirlimpimpim, de 1982.
Em Pirlimpimpim 2, de 1984, foi a vez de Genivaldo dos Santos vestir a carapuça.
Na adaptação para a tevê das histórias de Ziraldo, o papel de Pererê coube a Silvio Guindane.
O saci também é retratado em Cidade Invisível, um série televisiva de drama com criaturas da mitologia brasileira que não é voltada para crianças e sem apelo familiar. Na série a origem do saci é reimaginada: ele foi um escravo que havia sido deixado pra morrer e que teve que cortar a própria perna. De alguma forma, tornou-se imortal.
Música
Em 1912, o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos escreveu a marcha "Saci", quinta parte da sua suíte para piano "Petizada" (W048). A composição, assim como as outras da mesma peça, é inspirada no folclore musical brasileiro.
Francisco Mignone também deu o nome de "Saci" à sexta parte dos seus "Estudos Transcendentais" para piano, de 1931.
O maestro Edmundo Villani-Cortes voltou a lhe dar vida em obras como "Primeira folha do diário do saci" (para piano, 1992), "Terceira folha do diário de um saci" (para flauta, 1992) e "Sétima folha do diário de um saci" (para contrabaixo, 1994).
Na música popular, a primeira referência ao personagem data de 1909, ano da composição de "Saci-Pererê", de Chiquinha Gonzaga, gravada pela dupla Os Geraldos. Em 1913, foi a vez de "Saci", uma polca de J.B. Nascimento gravada pelo Sexteto da Casa. Gastão Formenti também gravou duas músicas intituladas "Saci-Pererê": uma toada de Joubert de Carvalho, em 1918 e uma canção de J. Aimberê e Bide, em 1929.
Nas décadas seguintes, outros artistas recorreram ao tema, como Arnaldo Pescuma ("Teu olhar é um Saci", de Cipó Jurandi e Décio Abramo, 1930; Conjunto Tupy ("Saci-Pererê", de J.B. Carvalho, 1932; Mário Genari Filho (a polca "Saci-Pererê", 1948); Zé Pagão & Nhô Rosa ("Saci-Pererê", de Ivani, 1949); Inhana ("Saci", baião de Antônio Bruno e Ernesto Ianhaen, 1956);
Em 1974, para acompanhar a série televisiva "Sítio do Picapau Amarelo", Guto Graça Mello compôs e gravou "Saci". No especial "Pirlimpimpim" (1982), a canção para o personagem ficou por conta de Jorge Benjor ("Saci Pererê". A terceira versão do Sítio para a tevê incluiu, na sua trilha, "Pererê Peralta (saci)", de Carlinhos Brown (2001) e "Eu vi o Saci", de Marcos Sacramento e Izak Dahora (2006).
Alex
John Houlding John Houlding (c. agosto de 1833 - 17 de março de 1902) foi um empresário e político local, mais notável por ser o fundador do Liverpool Football Club e, mais tarde, Lord Mayor de Liverpool (prefeito). Anteriormente, ele também foi presidente e do Everton FC Club. Em novembro de 2017, Houlding foi homenageado com um busto de bronze fora de Anfield para marcar o 125º aniversário do Liverpool FC. Biografia Houlding era um empresário na cidade de Liverpool. Ele foi educado no Liverpool College, foi dono de uma cervejaria que o deixou em uma situação financeira confortável pelo resto de sua vida. Ele foi eleito para o Conselho Municipal de Liverpool, representando o bairro de Everton pelo Partido Conservador e Unionista, comumente Partido Conservador e coloquialmente conhecido como Conservadores, é um dos dois principais partidos políticos do Reino Unido, juntamente com o Partido Trabalhista. O partido situa-se no centro-direita. Em 1887, Houlding foi eleito Lord Mayo...
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