Lanny Gordin Alexander Gordin (Xangai, China, 28 de novembro de 1951 – São Paulo, Brasil, 28 de novembro de 2023), mais conhecido como Lanny Gordin, foi um instrumentista e compositor brasileiro, sendo um dos mais importantes e influentes guitarristas da história da MPB. Nascido em Xangai, de pai russo e mãe polonesa, viveu em Israel até o seis anos. Em 1957 o pianista russo Alan Gordin chegou ao Brasil com a mulher polonesa, o filho chinês e algum, mas não muito, dinheiro no bolso. Ele trazia também uma ideia fixa: apaixonado por jazz, sonhava abrir uma boate com shows ao vivo Aventureiro, Gordin havia tentado estabelecer um negócio do tipo em Israel, mas o projeto não prosperou. Depois de uma rápida temporada morando no Rio de Janeiro, estabeleceu-se em São Paulo, onde conheceu outro músico, o baterista Hugo Landwer, tão visionário e audacioso quanto ele. Não se sabe como, nem com quem, os dois arranjaram os recursos suficientes para fundar uma casa voltada à “nata da sociedade”, com um pequeno palco, um bar e mesas para não mais do que 200 pessoas. Nascia no começo dos anos 60, no então coração musical de São Paulo: a efervescente Praça Roosevelt, a Stardust, lendária boate que ajudou a germinar alguns dos principais movimentos musicais do país, como a Jovem Guarda e a Tropicália. Jair Rodrigues, tocou muito na Stardust, apesar da presença assídua no palco de grandes nomes da época, um jovem acabou tomando conta da cena. O filho de Alan, Alexander Gordin; Lanny se apresentou pela primeira vez na Stardust aos 16 anos, e revelou-se um prodígio da guitarra a ponto de ser chamado de "Jimi Hendrix brasileiro". O ex-senador norte-americano Robert Kennedy, o viu tocar na Stardust, e o chamou de "Pelé da música". Em 1969, Pepeu Gomes veio morar com ele por seis meses. Neste período, revezaram-se na guitarra e no baixo num grupo que incluía ainda Hermeto Pascoal nos teclados e Paulinho da Costa na percussão; por serem menores de idade, ambos tinham de se esconder na cozinha quando o Juizado de Menores vinha fiscalizar a Stardust. Os primeiros trabalhos de maior projeção de Lanny Gordin se deram com artistas da Jovem Guarda. Uma de suas gravações deste período é a canção "Nem Sim, Nem Não", de Eduardo Araújo, registrada em 1968. Gordin passou então a tocar com artistas da Tropicália, gravando os discos Gal Costa (1969), Gal (1969), LeGal (1970) e Fatal - A Todo Vapor (1971), com Gal Costa; Caetano Veloso (também conhecido como Álbum Branco), de Caetano Veloso (1969); Gilberto Gil (1969) e Expresso 2222 (1972), de Gilberto Gil. É Lanny Gordin que toca guitarra no primeiro disco de Jards Macalé (1972); em Carlos, Erasmo (1971) de Erasmo Carlos (considerado um marco da guitarra no Brasil; na música "Chocolate", de Tim Maia e na "Kabaluêre" de Antonio Carlos & Jocáfi. Também acompanhou artistas do calibre de Elis Regina, Tom Zé e Jair Rodrigues. Do fim da década de 1970 até os anos 1990, Gordin viveu praticamente no ostracismo, sobretudo em decorrência de sua saúde mental, Lanny descobriu o ácido e os efeitos revelaram-se perversos. Segundo o próprio músico, o LSD agravou os sintomas da esquizofrenia que começava a se manifestar. Lanny viveu nas ruas de São Paulo, e enfrentou longos períodos de depressão e de internações em sanatórios, onde sofreu tratamentos à base de eletrochoque. Sem a sua principal estrela, a Stardust murchou até desaparecer, em meados dos anos 1980. O mito da velha boate da Praça Roosevelt jamais seria recuperado. Alan Gordin morreu em 2009. Pouco antes de completar 50 anos, Gordin passou a frequentar o CRUSP (Conjunto Residencial da USP) e a tocar com artistas iniciantes do local. Aos poucos, foi se apresentado novamente no circuito artístico de São Paulo. Mesmo durante seu período de ostracismo, Lanny não parou de estudar e nem de tocar, chegando a uma média de estudo de seis a oito horas por dia. Sua volta definitiva aconteceu com a ajuda de Luis Calanca, dono da loja/selo Baratos Afins. Luis estava produzindo um disco solo de Catalau e chamou Gordin para tocar na obra. Ele chegou a gravar algumas músicas, mas saiu do estúdio para fumar e não foi mais visto pela equipe. Luis também gravou e lançou um disco solo de Lanny em 2001. O trabalho desencadeou no Projeto Alfa. Em 2002 Lanny Gordin, junto aos músicos Fábio Sá (contrabaixo acústico), Guilherme Held (guitarra) e Zé Aurélio na bateria, forma o Projeto Alfa. O Projeto Alfa gravou dois CDs, pelo selo Baratos Afins. Em 2007, é lançado o disco Duos, que conta com a participação de nomes da Tropicália (Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé) e ainda artistas da nova geração, como Zeca Baleiro, Fernanda Takai, Wanessa da Mata, Adriana Calcanhoto, Max de Castro e Rodrigo Amarante. Gordin permaneceu musicalmente ativo, tendo gravado os discos Auto-Hipnose (2010, em parceria com Kaoll) e Lanny's Quartet & All Stars (2014), onde participam Luiz Carlini, Frejat, Pepeu Gomes, Sergio Dias e Edgard Scandurra. Alexander Gordin, morreu em 28 de novembro de 2023, a causa da morte não foi revelada. Alex

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