Tomie Ohtake Tomie Ohtake OMC (Kyoto, 21 de novembro de 1913 — São Paulo, 12 de fevereiro de 2015) foi uma artista plástica japonesa naturalizada brasileira. Tomie Ohtake é uma das principais representantes do Abstracionismo lírico, ou abstracionismo expressivo, que inspirava-se no instinto, no inconsciente e na intuição para construir uma arte imaginária ligada a uma "necessidade interior"; tendo sido influenciado pelo expressionismo, mais propriamente no Der Blaue Reiter. pédia livre. Der Blaue Reiter ("O Cavaleiro Azul") foi um grupo de artistas da Neue Künstlervereinigung München, em Munique, Alemanha. De inspiração expressionista, o grupo formou-se em 1911, a partir de emigrantes russos. Dele, os principais integrantes foram Wassily Kandinsky, Alexej von Jawlensky, Franz Marc, August Macke, Paul Klee e Marianne von Werefkin. O movimento expressionista Der Blaue Reiter ocorreu de 1911 até 1914, juntamente com Die Brücke (A Ponte), fundado no ano de 1905, em Dresden. Ambos foram os mais importantes movimentos do expressionismo alemão. O Absracionismo lirico aparece como reação à Primeira Guerra Mundial . O jogo de formas orgânicas e as cores vibrantes eram bem patentes; mas também a linha de contorno sobressaía nesta arte nitidamente não figurativa. Procurava uma aproximação à música, onde a expressividade dos sons se transformava em linguagem artística. É desta forma que o abstracionismo lírico pretende igualar ou mesmo superar a música, transformando manchas de cor e linhas em ideias e simbolismos subjetivos. A obra de Tomie Ohtake abrange pinturas, gravuras e esculturas. Foi premiada no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1960; e em 1988, foi agraciada com a Ordem de Rio Branco pela escultura pública comemorativa dos oitenta anos da imigração japonesa no Brasil, em São Paulo. Pela sua carreira consagrada, Tomie Ohtake é considerada a “dama das artes plásticas brasileira”. Tomie Nakakubo, filha de Inosuke e Kimi Nakakubo, chegou ao Brasil em 1936 para visitar um irmão, mas conheceu o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake, também japonês, com quem se casou e teve dois filhos, Ruy e Ricardo. A família estabeleceu-se no bairro da Mooca, na capital paulista. Em 1952, iniciou na pintura após uma visita ao atelliê de Keisuke Sugano. No ano seguinte, integrou o Grupo Seibi-kai. Seibi-kai foi uma organização criada em São Paulo em 1935, que congregava um grupo de artista plásticos japoneses. Foi um dos grupos de mais longa duração de que se tem notícia na história da pintura brasileira, mesmo descontando os anos de paralisação impostos pelo governo durante a segunda grande guerra. Finalidades Esse grupo tinha por finalidade reunir os seus membros para troca de idéias e experiências, promover pequenas excursões nos fins de semana a fim de pintar ao ar livre, eventualmente viabilizar sessões de modelo vivo e também organizar exposições para mostrar ao público seus trabalhos de pintura e comercializá-los. O Seibi-kai desempenhou um papel decisivo na criação de princípios gerais para nortear os pintores que ali se reuniam. Também foi importante no cenário artístico pelas suas excursões artísticas. Na ata lavrada por Tomoo Handa deve destacar-se que um dos princípios do grupo era manter um esforço de ajuda mútua. Conforme a mesma ata dever-se-ia "manter boa relação com artistas brasileiros ou de outros grupos". Tomoo Handa documentava cuidadosamente as atividades do Seibi-kai em atas. Períodos de funcionamento O Seibi-kai teve dois períodos de funcionamento. O primeiro, a partir de sua criação até cerca de 1939 ou 1940 e o segundo, com reinício em 1947 até a dispersão dos seus membros e conseqüente extinção. O motivo desse hiato temporal foi o rompimento das relações diplomáticas e declaração de guerra entre Brasil e Japão, por ocasião da segunda Grande Guerra. Os japoneses, por influência da propaganda dos chamados aliados, eram vistos como inimigos e, muitas vezes, hostilizados pela população. Por isso, não lhes convinha aparecer em eventos públicos. Tinham que viver e conviver da forma mais discreta possível. Tomie Ohtake passou um certo tempo produzindo obras no contexto da arte figurativa, mas a artista definiu-se pelo abstracionismo. Nos anos 50 e 60, participou de salões nacionais e regionais, tendo sido premiada na maioria deles. Recebeu o Prêmio Panorama da Pintura Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Empregou ao longo da década de 1960 o uso de tons contrastantes. Revelou afinidade com a obra do pintor Mark Rothko, "na pulsação obtida em suas telas pelo uso da cor e nos refinados jogos de equilíbrio". Mark Rothko (nascido Markus Yakovlevich Rothkowitz Dunaburgo, 25 de setembro de 1903 — Nova Iorque, 25 de fevereiro de 1970) foi um pintor norte-americano de origem letã e judaica. Imigrou com sua família de Dvinsk (hoje Dunaburgo, Letónia, outrora parte do Império Russo) para os Estados Unidos em 1913, quando ele tinha dez anos. Ele é classificado como um expressionista abstrato, embora ele tenha rejeitado esse rótulo. Resistiu aceitar, também, a classificação de "pintor abstrato". Tal como Jackson Pollock e Willem de Kooning, Rothko é um dos mais famosos pintores americanos do período pós-guerra. Tomie Ohtake naturalizou-se brasileira em 1968. A partir dos anos 1970, passou a trabalhar com serigrafia, litogravura e gravura em metal. Foi convidada a participar da Bienal de Veneza em 1972, pela própria instituição. Tomie se destacou também com o trabalho com esculturas em grandes dimensões em espaços públicos, sendo que na 23° Bienal Internacional de São Paulo, em 1995, teve uma sala especial de esculturas. Atualmente, 27 de suas obras são obras públicas, as quais estão em algumas cidades brasileiras. Em São Paulo, algumas dessas obras se tornaram marcos paulistanos, como os quatro grandes painéis da Estação Consolação do Metrô de São Paulo, a escultura em concreto armado na Avenida 23 de Maio e a pintura em parede cega no centro, na Ladeira da Memória. Entre suas obras públicas, está a escultura flutuante "Estrela", instalada no ano de 1985 na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro; até ser removida em 1990 para reparos após ter sofrido danos durante uma tempestade, a peça (20 metros de diâmetro e 17 toneladas de metal) simplesmente sumiu. Em 1995, escreveu juntamente com Alberto Goldin o livro intitulado Gota d’água que foi escolhido pela Jugend Bibliothek de Munique, na Alemanha, como um dos melhores livros editados no Brasil no ano de 1995. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura. Em 2000, foi criado o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Morte Tomie Ohtake morreu no dia 12 de fevereiro de 2015, aos 101 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em decorrência de choque séptico causado por uma broncopneumonia. Alex

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