Tacacá - Mais que um prato, uma aula de História
Tacacá é um prato típico da Região Amazônica teve origem no estado do Pará. É muito apreciado em várias localidades da região Norte do Brasil.
Os ingredientes do tacacá podem variar de acordo com a localidade. Sua base, entretanto, está nos ingredientes abaixo:
tucupi
goma de mandioca
camarão seco, salgado
jambu
sal
alho
pimenta de cheiro
Preparado com um caldo amarelado, chamado tucupi.
Tucupi é o sumo amarelo extraído da raiz da mandioca brava quando descascada, ralada e espremida (tradicionalmente usando-se um tipiti).
Tipiti é uma espécie de prensa ou espremedor de palha trançada usado para escorrer e secar raízes, normalmente mandioca. O objeto é utilizado principalmente por povos indígenas e ribeirinhos do Brasil, especialmente da região amazônica.
Depois de extraído, o caldo "descansa" para que o amido (goma) se separe do líquido (tucupi). Inicialmente venenoso devido à presença do ácido cianídrico, o líquido é cozido (processo que elimina o veneno) e fermentado de 3 a 5 dias para, então, ser usado como molho na culinária.
Lenda
Reza a lenda que Jacy (Lua) e Iassytatassú (Estrela d'alva), combinaram visitar o centro da Terra. Quando foram atravessar o abismo, uma Caninana - serpente característica das Américas Central e do Sul - mordeu a face de Jacy.
Jacy derramou suas lágrimas sobre uma plantação de mandioca. A partir das lágrimas de Jacy, surgiu o tycupy (tucupi).
Depois disso o rosto de Jacy ficou marcado para sempre pelas mordidas da Caninana, o que explica as crateras da Lua.
Coloca-se o caldo do tucupi por cima da goma de mandioca, também servida com jambu (erva amazônica que provoca uma dormência na boca) e camarão seco.
Serve-se muito quente, temperado com pimenta, em cuias. Toma-se o tacacá – não se diz comer, nem beber – levando-se os lábios até a cuia, sorvendo em pequenas quantidades o tucupi. Utiliza-se um palitinho de madeira para comer o camarão e o jambu.
Dado que esta iguaria é servida muito quente, passou-se a usar uma pequena cesta na base da cuia - provavelmente a partir da década de 1990 - para proteger as mãos de quem consome o tacacá.
Origens
A origem do tacacá está na culinária indígena.
Ao que tudo indica, o prato é uma variação do mani poi, uma sopa apreciada pelos indígenas, muito antes da chegada dos europeus na região. A palavra tacacá provém certamente do nheengatu ou língua geral, o tupi vernacular da Amazônia.
O primeiro escrito que se tem notícia acerca do tacacá, ocorre no século XVI pelo padre capuchinho Abbeville em sua descrição das práticas alimentares indígenas.
Claude d'Abbeville (? – Rouen, 1632) foi um missionário capuchinho frânces, participou da expedição enviada em 1612 ao Brasil (Maranhão) pelo governo de seu país. Dois anos depois da expedição publicou Historie de la mission des pères capucins en l'isle de Maragnan et terres circonvoisines (1614), ou História da missão dos padres capuchinhos na ilha de Maranhão e terras circunvizinhas.
A Ordem dos Frades Menores Capuchinhos é uma ordem religiosa da família franciscana. A reforma dos capuchinhos se deu por volta de 1525, quando Matteo da Bascio, originário da região de Marche, na Itália, um Franciscano Observante, se deu conta de que a regra não estava sendo vivida na radicalidade e que a roupa vestida pelos Franciscanos não era do mesmo tipo que a vestida por São Francisco de Assis. Assim, ele fabricou um capuz pontudo e começou a andar como um itinerante.
Seus superiores tentaram suprimir essas inovações, mas em 1528 conseguiram obter uma bula do Papa Clemente VII.
O nome popular de Capuchinho deriva do nome do capuz usado por eles (capuccino), no início foi como um apelido depois se tornou o nome oficial da Ordem.
Num depoimento de junho de 1859, o médico e pesquisador alemão Robert Avé-Lallemant (1812-1884) descreve aquilo que provavelmente se trate da iguaria. O pesquisador visitou a vila de Serpa (atual Itacoatiara) e outros lugares da Amazônia, de que resultou o livro “No Rio Amazonas (1859)”, de sua autoria, traduzida em São Paulo em 1980.
Ao visitar o lago de Serpa, Robert Avé-Lallemant ficou encantado com a floresta, os pássaros, os macacos, a vitória-régia, o trabalho da pesca do pirarucu e com as tartarugas. Conversou com alguns índios Mura aculturados, agricultores e cortadores de lenha para a Companhia do Amazonas.
No lago de Serpa Avé-Lallemant provou o tacacá (ele menciona o termo cacacá), qualificando-a como “a bebida nacional dos Mura”: mingau quase líquido de goma de tapioca temperado com tucupi, jambu, camarão e pimenta, que bebeu “com a maior naturalidade” achando-a “bem saborosa e nutritiva”.
Outro alemão, o etnólogo Kurt Nimuendaju (1883-1945) escreveu em 1926 que “de todas as tribos da Amazônia [a dos Mura] foi a que mais extenso território ocupou, espalhando-se das fronteiras do Peru até o Rio Trombetas”, no limite do Amazonas com o Pará. Foram moradores especialmente das bacias do Solimões, Médio Amazonas e Madeira.
Por volta do ano de 1450 a. C., após se evadirem da margem esquerda do Amazonas, no interflúvio Urubu-Matari (atual Rio Preto da Eva), a noroeste da atual cidade de Itacoatiara, os Aroaqui, indígenas do grupo linguístico Arwak, foram ali substituídos pelos Mura, um grupo de língua isolada.
Os Mura foram exterminados no século XVIII pelos colonizadores europeus.
O cronista que melhor reportou a etnologia da Amazônia, no século XVIII, foi o padre jesuíta João Daniel (1722-1776).
Seu livro “Tesouro Descoberto do Rio Amazonas”, escrito entre 1757 e 1776, revela com riqueza de detalhes, além do trabalho missionário, os hábitos e costumes das populações indígenas e a natureza “das dilatadas margens dos rios Amazonas, Madeira, Urubu, Negro e outros”.
Alex
Stephen Hillenburg - Carreira antes do Bob Esponja Stephen McDannell Hillenburg (Lawton, 21 de agosto de 1961 — San Marino, 26 de novembro de 2018) foi um animador, roteirista, cartunista e biólogo marinho americano, mais conhecido por ser o criador do desenho animado Bob Esponja Calça Quadrada, além de trabalhar com Joe Murray no desenho A vida moderna de Rocko, e com Arlene Klasky em Rugrats (Os anjinhos) como roteirista. Primeiros trabalhos Hillenburg fez seus primeiros trabalhos de animação, curtas-metragens The Green Beret (1991) e Wormholes (1992), enquanto estava na CalArts. The Green Beret era sobre uma escoteira com punhos enormes que derrubava casas e destruía bairros enquanto tentava vender biscoitos. Wormholes foi seu filme de tese de sete minutos, sobre a teoria da relatividade. Ele descreveu este último como "um filme de animação poético baseado em fenômenos relativísticos" em sua proposta de bolsa em 1991 para a Princess Grace Foundation, que auxilia arti...
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