Urso-polar - 1° parte O urso-polar (nome científico: Ursus maritimus), também conhecido como urso-branco, é uma espécie de mamífero carnívoro da família Ursidae encontrada no círculo polar Ártico. Ele é o maior carnívoro terrestre conhecido e também o maior urso, juntamente com o urso-pardo que tem aproximadamente o mesmo tamanho. Embora esteja relacionado com o urso-pardo, esta espécie evoluiu para ocupar um estreito nicho ecológico, com muitas características morfológicas adaptadas para as baixas temperaturas, para se mover sobre neve, gelo e na água, e para caçar focas, que compreende a maior porção de sua dieta. O urso-polar e o pardo podem cruzar. Híbridos férteis entre ursos-polares e pardos são conhecidos em cativeiro, entretanto, são extremamente raros na natureza. Em 2006, um animal híbrido foi morto no extremo sul da ilha Banks, no ártico canadense, e apresentava características mistas como a pelagem branca intercalada com manchas castanhas, garras longas, face côncava e uma corcova. Exames de DNA confirmaram que o híbrido provinha de uma mãe urso-polar e um pai urso-pardo. O urso-polar é uma espécie monotípica, não sendo reconhecida nenhuma subespécie. Distribuição e habitat O urso-polar é encontrado no círculo polar ártico e áreas continentais adjacentes. A área de distribuição inclui territórios em cinco países: Dinamarca (Groenlândia), Noruega (Svalbard), Rússia, Estados Unidos (Alasca) e Canadá. Os limites meridionais de sua distribuição são determinados pela disposição anual do gelo flutuante e do gelo permanente durante o inverno. A espécie têm sido registrada ao norte até 88º e ao sul até a ilha St. Matthew e ilhas Pribilof, no mar de Bering, e baía de James e ilha de Terra Nova, no Canadá. Avistamentos esporádicos são relatados em Berlevåg na Noruega continental e nas ilhas Kurilas no mar de Okhotsk. Além disso, animais errantes ocasionalmente chegam na Islândia. Na décadas de 1960 e 1970, os pesquisadores começaram a obter informações sobre a estrutura das populações de urso-polar dispersas por todo o Ártico e sobre a movimentação realizada pelos mesmos. Em 1993, durante o encontro da "IUCN's Polar Bear Specialist Group", a primeira tabela oficial da situação dessas populações foi formalizada com reconhecimento de quinze subpopulações. Em 2009, um total de dezenove subpopulações foram reconhecidas. Estes grupos reconhecidos devido a uma fidelidade sazonal a algumas áreas em particular, são geneticamente similares, não havendo evidências de que algum grupo tenha evoluído separadamente por períodos significativos de tempo. Devido à ausência do desenvolvimento humano em seu habitat remoto, a espécie retém mais de sua distribuição original do que qualquer outro carnívoro existente. O urso-polar é frequentemente considerado um mamífero marinho por habitar primariamente o ambiente marinho. Seu habitat preferido são os bancos de gelo que cobrem as águas da plataforma continental e as áreas entre os arquipélagos árticos. Estas áreas, conhecidas como o "anel da vida do Ártico", tem alta produtividade biológica em comparação com as águas profundas do Ártico. O urso-polar tende a frequentar áreas onde o gelo encontra a água, como polínias e fendas (trechos temporários de águas abertas no gelo do Ártico) ao longo do perímetro do gelo polar flutuante, raramente adentrando na bacia polar nas proximidades do polo norte, onde a densidade de focas é baixa. Características O urso polar é a maior espécie viva de urso e carnívoro terrestre, embora algumas subespécies de urso pardo, como o urso Kodiak, possam rivalizar com ele em tamanho. Um urso polar adulto pesa entre 350 a 700 kg e mede entre 2,4 a 3 metros de comprimento total. As fêmeas são menores pesando 150–300 kg e mede entre 190 e 230 comprimento. O dimorfismo sexual na espécie é particularmente alto em comparação com a maioria dos outros mamíferos. O peso dos ursos polares flutua durante o ano, pois eles podem acumular gordura e aumentar sua massa em 50%. Uma fêmea grávida pode pesar até 500 kg. A pelagem é densa com cerca de 15 cm. Os machos têm pelos longos nas patas dianteiras, o que se acredita ser um sinal de sua aptidão para as fêmeas. A superfície externa dos pelos tem aparência escamosa e os pelos protetores são ocos, o que permite aos animais reter o calor e flutuar na água. Os pêlos protetores transparentes espalham a luz ultravioleta entre o subpêlo e a pele, levando a um ciclo de absorção e reemissão, mantendo-os aquecidos. O pelo parece branco devido à retrodifusão da luz incidente e à ausência de pigmento. Os ursos polares ganham uma coloração amarelada à medida que ficam mais expostos ao sol. Isto é revertido após a muda. Também pode ser acinzentado ou acastanhado. Seu pelo claro fornece camuflagem em seu ambiente nevado. Depois de sair da água, o urso pode facilmente se secar antes de congelar, pois os pelos são resistentes ao emaranhamento quando molhados. A pele, incluindo o nariz e os lábios, é preta e absorve calor. Os ursos polares têm uma camada de gordura de 5–10 cm de espessura sob a pele, que fornece calor e energia. Os ursos polares mantêm a temperatura corporal central em cerca de 36,9 °C. O superaquecimento é combatido por uma camada de tecido muscular estriado altamente vascularizado e vasos sanguíneos finamente controlados. Os ursos também se refrescam entrando na água. Os olhos do urso polar ficam próximos ao topo da cabeça, o que pode permitir que fiquem fora da água quando o animal nada na superfície. Eles são relativamente pequenos, o que pode ser uma adaptação contra a neve soprada e a cegueira da neve. Os ursos polares são dicromatas e não possuem células cônicas para ver comprimentos de onda médios, principalmente verdes. Eles têm muitos bastonetes que lhes permitem ver à noite. As orelhas são pequenas, o que lhes permite reter o calor e não sofrer queimaduras pelo frio. Eles podem ouvir melhor em frequências de 11,2–22,5 kHz, uma faixa de frequência mais ampla do que o esperado, visto que suas presas emitem principalmente sons de baixa frequência. A concha nasal cria uma grande área de superfície, de modo que mais ar quente pode passar pelas passagens nasais. Seu sistema olfativo também é grande e adaptado para cheirar presas em grandes distâncias. O animal tem rins reniculados que filtram o sal da comida. Comportamento e ecologia O urso-polar é um animal solitário, exceto na época reprodutiva, e em certas épocas do ano quando machos adultos são altamente sociáveis. O pico de atividade ocorre no final da primavera e início do verão quando as focas são mais abundantes. A espécie vive numa área de vida que incluem os locais de alimentação, de ninho, de acasalamento e de refúgio. Essas áreas não são defendidas e sobrepõe-se com a de outros ursos. Se as condições do gelo permitirem, um urso pode utilizar a mesma área ano após ano. As áreas de vida das fêmeas variam de pequenas delimitações de até 200 quilômetros quadrados a extensas áreas de até 960 000 quilômetros quadrados. Vários fatores afetam o quão grande será a área utilizada por uma fêmea num ano. Mães com filhos mais velhos têm áreas maiores, fêmeas com recém-nascidos áreas menores. Diferenças no tamanho entre populações também são afetadas pela dinâmica do gelo marinho, e são maiores nas áreas de gelo flutuante e menores no gelo permanente. As áreas de vida de machos são pouco estudadas, mas devem ser similares as das fêmeas adultas. O urso polar é um excelente nadador e indivíduos têm sido vistos em águas abertas a cerca de 320 quilômetros da costa. Com sua gordura corporal fornecendo flutuabilidade, ele nada num estilo cachorrinho usando seus membros dianteiros para propulsão, alcançando uma velocidade de até 9,7 km/h. Ao caminhar, o urso-polar tende a ter um andar desajeitado e mantém uma velocidade média de cerca de 48 km/h, em corrida. Dieta e hábitos alimentares O urso-polar é o membro mais carnívoro da família. Sua dieta consiste principalmente de focas-aneladas e em menor frequência focas-barbudas. Outras focas, como a foca-da-groenlândia e a foca-de-topete também podem fazer parte da dieta. Ocasionalmente se alimenta de pequenos mamíferos, aves, ovos, peixes e vegetação (raízes, bagas, musgos e líquens) quando outras fontes não estão disponíveis. Oportunista também se aproveita de carcaças de baleias, morsas, bois-almiscarados e caribus. As focas tornam-se presas quando vêm a superfície para respirar em buracos ou quando estão descansando no gelo. Os ursos-polares caçam principalmente na interface entre água e gelo; raramente conseguindo caçar em terra ou em águas abertas. O método mais comum utilizado pela espécie é a "caça de espera". O animal utiliza-se do olfato apurado para localizar um orifício de respiração utilizado pelas focas, e agacha-se próximo em silêncio esperando a foca aparecer. Quando a presa expira, o urso sente a respiração, e atinge o buraco com uma das patas dianteiras, e arrasta o animal para fora do gelo. O urso-polar mata a foca mordendo sua cabeça até esmagar o crânio. O urso-polar também utiliza a "caça por perseguição", que consiste em perseguir as focas que estão descansando sobre o gelo, surpreendendo-as com uma aproximação furtiva e então lançando-se ao ataque. Um terceiro método de caça consiste em invadir os ninhos que as focas fêmeas fazem no gelo para dar a luz e criar seus filhotes. Alex

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