Karl Marx - Primeiros anos,estudos e poesia Karl Marx (5 de maio de 1818 em Trier, província do Reno, Prússia - 14 de março de 1883 em Londres) foi um filósofo alemão, economista, teórico social, jornalista político, historiado , protagonista do movimento operário e crítico do capitalismo e da religião. Família e origens Karl, de acordo com a certidão de nascimento (Carl Marx) era o terceiro de nove filhos do advogado Heinrich (Heschel) Marx (1777-1838) e sua esposa Henriette, nascida Presburg (1788-1863). Heinrich Marx veio de importantes famílias rabínicas, tanto por parte de pai quanto de mãe. Sob o domínio napoleônico, Heinrich foi intérprete judicial e tradutor juramentado em Osnabrück de 1811 a 1813, que então pertencia ao departamento Hanséatique Oberems. Em 1812 ingressou na loja maçônica francesa “L'Etoile Hanséatique” (A Estrela Hanseática). Após o Congresso de Viena, sua cidade natal, Trier, caiu nas mãos da recém-fundada província prussiana do Grão-Ducado do Baixo Reno. Como, ao contrário da França ele não teria permissão para trabalhar como advogado na Prússia, ele se converteu ao protestantismo. Em 26 de agosto de 1824, os filhos Sophia, Hermann, Henriette, Louise, Emilie, Caroline e Karl foram batizados no apartamento dos pais. A esposa de Heinrich Marx, Henriette, só foi batizada em 20 de novembro de 1825 porque temia a desaprovação dessa medida por parte de sua família, especialmente de seu pai, que também era rabino. Karl Marx era primo de terceiro grau por parte de mãe do poeta alemão Heinrich Heine e com quem manteve contato próximo durante sua estada em Paris. Um primo-irmão foi Frederik Philips (1830–1900), que fundou a Philips com seu filho Gerard em 1891. Christian Johann Heinrich Heine (Düsseldorf, 13 de dezembro de 1797 – Paris, 17 de fevereiro de 1856) foi um poeta romântico alemão, conhecido como “o último dos românticos”. Boa parte de sua poesia lírica, especialmente a sua obra de juventude, foi musicada por vários compositores notáveis como Robert Schumann, Franz Schubert, Felix Mendelssohn, Brahms, Hugo Wolf, Richard Wagner e, já no século XX, por José Maria Rocha Ferreira, Hans Werner Henze e Lord Berners. Estudos A partir de 1830, Karl Marx frequentou a escola secundária de Trier, onde passou seu Abitur -Abitur é o exame que conclui o ensino médio na Alemanha e é exigido por toda instituição de ensino superior alemã - em 1835 junto com seu amigo e mais tarde cunhado Edgar von Westphalen aos 17 anos com uma nota média de 2,4. Marx sentiu uma afeição especial por seu diretor Johann Hugo Wyttenbach. Seus professores incluíram Vitus Loers e Johann Abraham Küpper. Outro de seus professores foi Johannes Steininger, um cientista natural e geólogo de reputação internacional. Steininger era um seguidor de Alexander von Humboldt. Em 1836, Marx ficou noivo da irmã de Edgar, Jenny von Westphalen (1814-1881) em Trier. Em 1835 ele começou a estudar direito e contabilidade na Universidade de Bonn. Em Bonn assistiu a palestras jurídicas de Ferdinand Walter, Eduard Puggé e palestras de Friedrich Gottlieb Welcker e August Wilhelm Schlegel.. Um ano depois, mudou-se para a Universidade Friedrich Wilhelm (hoje: Universidade Humboldt) em Berlim e assistiu a palestras jurídicas com Eduard Gans (direito penal e direito fundiário prussiano), Friedrich Carl von Savigny (pandects - são uma compilação antiga tardia da jurisprudência dos juristas do período imperial romano clássico, compilada em nome do imperador romano oriental Justiniano), August Wilhelm Heffter (direito canônico e processo civil alemão), Adolf August Friedrich Rudorff (direito sucessório), mas permitiu que seus estudos de direito ficassem em segundo plano em relação a outros interesses, especialmente em temas de filosofia e história (assistindo às palestras de Henrich Steffens (antropologia), Georg Andreas Gabler (lógica), Carl Ritter (geografia geral), Bruno Bauer (Isaías) e Carl Eduard Geppert (Eurípides)). Aqui Marx se juntou ao círculo dos Jovens Hegelianos de Esquerda, cujos representantes mais importantes foram os irmãos Bruno e Edgar Bauer. Tornou-se amigo de Karl Friedrich Köppen e Adolf Friedrich Rutenberg. Os jovens hegelianos, depois conhecidos como os hegelianos de esquerda, foram um grupo de estudantes e jovens professores na Universidade Humboldt de Berlim após a morte de Georg Hegel ocorrida em 1831. Os jovens hegelianos foram opositores ao popular grupo hegelianos de direita os quais detinham as cátedras do departamento e outras posições de prestígio na universidade e no governo. Georg WF Hegel teve forte influência na vida intelectual da Alemanha da época. O establishment hegeliano (conhecido como os "Velhos ou Hegelianos de Direita") via o Estado prussiano como um Estado moderno progressista no sentido de completar uma série de desenvolvimentos dialéticos: um sistema jurídico funcional, uma burocracia eficiente , boas universidades, industrialização e altos níveis de emprego. Os hegelianos de esquerda, aos quais Marx pertencia, esperavam um desenvolvimento adicional fundamental da sociedade prussiana no futuro, que era caracterizada por problemas como pobreza em massa, censura estatal e falta de participação democrática do povo. Marx recebeu o certificado de conclusão dos estudos na Universidade de Berlim em 30 de abril de 1841. Como aluno externo, apresentou sua dissertação à Universidade de Jena em 6 de abril do mesmo ano. Em 15 de abril de 1841, Marx recebeu seu doutorado em filosofia in absentia na Universidade de Jena com uma tese sobre a diferença entre a filosofia natural de Denócrito e a Epicurista. Esperando uma cátedra, Marx mudou-se então para Bonn; No entanto, as políticas do governo prussiano impediram-no - tal como Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer e outros - de seguir uma carreira académica, uma vez que Marx era considerado uma figura de liderança da oposição hegeliana de esquerda. Em janeiro de 1841 publicou dois poemas em seu nome na revista Young Hegelian Athenäum sob o título Wilde Lieder. Um exemplo da poesia satírica de Marx: “O JUÍZO FINAL: QUE PIADA!” Caramba! Tal vida na morte, Com seus hinos sacros de louvor, Deixa-me os cabelos em pé por tal sorte E minh’alma tomada de horror. (…) Teremos de louvar Deus, o eterno, Aleluia! todo o tempo gritando Sem cessar este canto sempiterno, Prazer e dor para sempre olvidando. Criou-se em torno do Marx uma ideia de que ele era machista. Mas não… Ele se preocupava muito com a condição da mulher, e esse conjunto de versos revela isso, em que a noiva fala, em seu canto rebelde: “O CANTO REBELDE DA NOIVA” Tomaram-me o céu clemente E assim me vi assaltada, Minh’alma, que em Deus fora crente, Descobriu-se no Inferno enterrada. E eu devo em grilhões me quedar Atada ao homem malsão. Um bom Deus não virá me salvar Do mergulho na escravidão. (…) Orgulhosos, os montes reclinam E o céu com seu ouro se ri; Pois de olhar os homens declinam Em seu brilho vaidoso de si. O tempo segue brotando suas flores Pois nada de mais se passou; A morte engolfou com ardores O coração que p’ra sempre calou. Alex