Claudia Sheinbaum Claudia Sheinbaum Pardo (Cidade do México, 24 de junho de 1962) é uma cientista e política mexicana, em 2 de junho de 2024, foi eleita a primeira mulher presidente do México. Sheinbaum é Ph.D. em engenharia de energia e autora de mais de 100 artigos e dois livros sobre energia, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Sheinbaum estudou física na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), onde obteve um diploma de graduação (1989), seguido de um mestrado (1994) e um doutorado (1995) em engenharia de energia. Ela completou o trabalho de sua tese de doutorado em quatro anos (1991/94) no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley em Berkeley, Califórnia, onde analisou o uso de energia no transporte do México, publicou estudos sobre as tendências do uso de energia em edifícios mexicanos e obteve um Ph.D. em engenharia de energia e física. Em 1995 ingressou no corpo docente do Instituto de Engenharia da UNAM. Ela foi pesquisadora do Instituto de Engenharia e é membro do Sistema Nacional de Investigadores e da Academia Mexicana de Ciências. Em 1999 recebeu o prêmio de melhor jovem pesquisador da UNAM em engenharia e inovação tecnológica. Em 2006 Sheinbaum voltou à UNAM, após um período no governo, publicando artigos em revistas científicas. Em 2007, ela se juntou ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas na área de energia e indústria, como coautora colaboradora do tema "Mitigação das mudanças climáticas" para o Quarto Relatório de Avaliação do IPCC. O grupo ganhou o Prêmio Nobel da Paz naquele ano. Em 2013, ela foi coautora do Quinto Relatório de Avaliação do IPCC ao lado de 11 outros especialistas no campo da indústria. Início da carreira política Durante seu tempo como estudante na Universidade Nacional Autônoma do México, ela foi membro do Consejo Estudiantil Universitario (Conselho Estudantil Universitário), um grupo de estudantes que se tornaria o movimento juvenil fundador do Partido da Revolução Democrática (PRD). O PRD foi fundado na Cidade do México em 5 de Maio de 1989, por Cuauhtémoc Cárdenas, Heberto Castillo, Gilberto Rincón Gallardo, Porfirio Muñoz Ledo e outros membros proeminentes do Partido Revolucionário Institucional (PRI) e da esquerda mexicana. O partido surgiu da fusão de vários partidos pequenos de esquerda, tais como Partido Comunista Mexicano (PCM), Partido Socialista Unificado de México (PSUM), Partido Mexicano Socialista (PMS) e Partido Mexicano dos Trabalhadores (PMT). O Partido Socialista Mexicano (PMS) doou seu registro na Comissão Federal Eleitoral (CFE) ao novo partido para que este pudesse ser formado. Sheinbaum foi Secretária do Meio Ambiente da Cidade do México, tendo sido nomeada em 20 de novembro de 2000 para o gabinete do Chefe de Governo da Cidade do México, Andrés Manuel López Obrador. No México, o Chefe de Governo é o equivalente aos nossos governadores. Durante seu mandato, que terminou em maio de 2006, ela foi responsável por vários projetos relacionados com a utilização de energia solar, controlo de emissões, bem como a aquisição de Terras de Conservação juntamente com os agricultores e habitantes da área. As suas realizações no Ministério do Ambiente incluem, entre outras coisas, a redução das taxas de poluição atmosférica e a criação de Reservas Ecológicas Comunitárias. Além disso, iniciou um ambicioso programa de setorização da rede de água potável. Renunciou ao cargo em maio de 2006, para se juntar à equipe de campanha de Andrés Manuel López Obrador como sua porta-voz para as eleições presidenciais de 2006. Mais tarde, foi responsável pela Secretaria de Defesa do Patrimônio Nacional do chamado "Governo Legítimo", chefiado por López Obrador. O Governo Legitimo foi proclamado numa assembléia da esquerda mexicana que desconsiderou o conservador Felipe Calderón como presidente eleito, ao julgar fraudulento o resultado das eleições. López Obrador se negou a reconhecer a decisão da justiça eleitoral, que no dia 5 de setembro declarou a vitória de Calderón por uma exígua diferença de 0,56% votos. Em 2011 foi membro fundora do “Movimento de Regeneração Nacional” (Morena); em espanhol: Movimiento Regeneración Nacional) um partido político mexicano de esquerda. Foi criado em 2011 como uma organização da sociedade civil com o objetivo de apoiar a candidatura de Andrés Manuel López Obrador (à época filiado ao PRD) durante as eleições gerais de 2012. Em 9 de julho de 2014, o Morena obteve seu registro perante o Instituto Nacional Eleitoral como um partido político. Foi liderado por Obrador até 12 de dezembro de 2017, quando ele se registrou como candidato à presidência pelo partido, sendo sucedido na presidência do partido pela ex-senadora Yeidckol Polevnsky Gurwitz. O partido liderou a coligação "Juntos Haremos Historia", formada com o esquerdista Partido do Trabalho (PT) e com o direitista Partido Encontro Social (PES) para as eleições de 2018. Obrador foi eleito Presidente do México, cargo que assumiu em 1° de dezembro daquele ano, com 53% dos votos. Além disso, o Morena elegeu a maioria dos membros do Senado e da Câmara dos Deputados. Prefeita de Tlalpan Em 2015 foi a primeira mulher eleita Chefe de Delegação em Tlalpan, essa vitória acabou com o "dominio" do PDR que vinha desde 2000. Em 2017, deixou o cargo após vencer a consulta interna para a pré-candidatura de Chefe de Governo da Cidade do México pela coalizão "Juntos Faremos História" formada pelo partido Movimento de Regeneração Nacional (Morena), o Partido Trabalhista ( PT) e o Partido do Encontro Social (PES). Em julho de 2018, tornou-se a primeira mulher eleita chefe de governo da Cidade do México, após vencer as eleições com 47,08% dos votos valídos, sendo a segunda mulher a ocupar o cargo, sendo Rosario Robles a primeira, embora de forma interina durante 1999 e 2000. Educação Foi criado o programa “Minha Bolsa para Começar” para 1,2 milhão de alunos da pré-escola ao ensino médio e, em 2022, essa política pública foi elevada a direito constitucional na Cidade do México. Em termos de ensino superior foram criados o Instituto de Estudos Superiores Rosario Castellanos e a Universidade da Saúde. Além disso, foram instalados centros comunitários denominados “Pilares” em bairros, e localidades com menor índice de desenvolvimento social, esses espaços que promovem a educação, a formação para a autonomia econômica, a cultura e o desporto. Transporte público Em termos de mobilidade, promoveu-se o uso da bicicleta com a construção de 200 quilómetros de ciclovias, seis estações de bicicletas e 2.500 novas bicicletas para o sistema Ecobici e mantendo as tarifas mais baixas do México nos transportes públicos. Ecobici é um sistema de compartihamento de bicicletas de graça. A linha 1 do metro e o metro ligeiro também foram reabilitados. As linhas 3, 4 e 5 do Metrobús ampliaram seu percurso em mais de 35 km. Resposta à pandemia de COVID-19 Perante a emergência sanitária da COVID-19, implementou uma estratégia para prevenir, mitigar, enfrentar e controlar os efeitos da pandemia no domínio da saúde e da economia em todos os setores da Cidade do México alcançou uma das taxas de vacinação mais elevadas a nível internacional. Pela gestão da pandemia, a Cidade do México foi reconhecida pela UNESCO com o prémio “Netexplo Linking Cities 2021”. Alex