O Cabeleira precursor do Cançaço José Gomes nasceu em 1751 em Glória do Goitá, localidade então pertencente à Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. Ele é considerado o primeiro cangaceiro, apesar de o termo nem ter existir na época em que viveu. Era popularmente conhecido como Cabeleira em possível referência às mechas compridas. O Cabeleira foi um dos mais notórios bandidos do fim do século 18, junto com seu pai, Joaquim Gomes, e outo bandido de nome Teodósio, constituía o núcleo principal do bando que contava eventualmente com outros participantes. O grupo de criminosos causou perturbação e medo em Pernambuco, realizando uma série de atos violentos, chegando inclusive a realizar um ataque em Recife, episódio que culminou com a morte de um policial e mais um cívil, fato que motivou o governo a intensificar as ações para capturar os malfeitores. Durante o ataque, além do pai, esteve presente o bandoleiro que acompanhou as principais missões de Cabeleira, Teodósio. Homem de sua confiança, ele esteve ao lado de Cabeleira em diversos crimes e até no momento de sua execução. Os crimes de Cabeleira chegaram aos ouvidos das autoridades portuguesas, que foram contatadas pelo governador José César de Menezes em comunicado oficial sobre a situação social de Pernambuco. Sua trajetória de crimes acabou em 1786, quando, fugindo da polícia, se esconde num canavial em Paudalho, na zona da mata, e foi capturado. Na justiça, foi condenado à forca pelos assassinatos e roubos, sendo executado no dia 28 de março daquele ano, no Largo das Cinco Pontas, dentro da capital. O principal relato sobre o bando criminoso é O Cabeleira um romance regionalista do século XIX, do autor cearense Franklin Távora. Foi lançado em 1876. Conta a história de José Gomes (o Cabeleira) e seu pai Joaquim Gomes, ambos precursores do cangaço do nordeste brasileiro, e suas desventuras por Pernambuco. É considerado a obra-prima do autor, além de uma das obras pioneiras no romance regionalista nordestino. João Franklin da Silveira Távora (Baturité, 13 de janeiro de 1842 — Rio de Janeiro, 18 de agosto de 1888) foi um advogado, jornalista, político, romancista e teatrólogo brasileiro. Adaptações A obra foi filmada em 1963, com elenco formado por Hélio Souto, Milton Ribeiro e Marlene França. As locações se deram na cidade de Mococa, em São Paulo, e Arceburgo, em Minas Gerais. Em 2008, o livro de Franklin Távora foi adaptado para os quadrinhos pelos roteiristas Hiroshi Maeda e Leandro Assis e pelo desenhista Allan Alex. Em 2009 foi publicado o livro Cabeleira e outros cordéis de cangaço, escrito pelo conterrâneo do Cabeleira, o cordelista Rafael de Oliveira, pela editora Coqueiro, do Recife. Alex