Frida Kahlo - Antes do acidente
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón (Coyoacán, 6 de julho de 1907 – Coyoacán, 13 de julho de 1954), mais conhecida como Frida Kahlo, foi uma pintora mexicana conhecida pelos seus muitos retratos, autorretratos e obras inspiradas na natureza e artefatos do México. Inspirada pela cultura popular do país, empregou um estilo de arte naïf para explorar questões de identidade, pós-colonialismo, gênero, classe e raça na sociedade mexicana. Suas pinturas tinham frequentemente fortes elementos autobiográficos e misturavam realismo com fantasia. Frida é descrita como uma surrealista ou realista mágica. Ela é conhecida por pintar sobre a sua experiência de dor crônica.
Arte naïf é um conceito que designa a produção de artistas autodidatas que desenvolvem uma linguagem pessoal e original de expressão. Começou a chamar a atenção do mercado de arte desde que Henri Rousseau expôs no Salão dos Independentes em 1866, e desde então vem recebendo atenção crítica e ganhando novos apreciadores. Geralmente a arte naïf é descrita como espontânea, informal, poética, popular e criativa, e geralmente mantém algum contato com fontes eruditas e folclóricas. Suas características gerais são encontráveis em vários períodos históricos.
Henri-Julien-Félix Rousseau (Laval, 21 de maio de 1844 – Paris, 2 de setembro de 1910), conhecido também pelo público como o douanier (aduaneiro) por trabalhar como inspetor de alfândega, foi um pintor francês inserido no movimento moderno do pós-impressionismo.
Seu pai, Guillermo Kahlo, cujo nome oficial era Carl Wilhelm Kahlo, nasceu em Pforzheim Alemanha, filho de Henriette Kaufmann e Jakob Heinrich Kahlo. Frida afirmava que seu pai era de ascendência judaico-húngara, mas pesquisadores demonstraram que os pais dele não eram judeus, mas luteranos alemães. Guillermo Kahlo chegou ao México em 1891, aos 19 anos, e logo mudou seu nome alemão, Wilhelm, para o equivalente em espanhol, "Guillermo".
Frida descreveu posteriormente que a atmosfera de sua casa durante a infância era frequentemente triste. O casamento era desprovido de amor. Seu relacionamento com sua mãe, Matilde, era extremamente tenso. Frida descreveu sua mãe como "gentil, ativa e inteligente, mas também calculista, cruel e fanaticamente religiosa". A mãe de Frida, Matilde Gonzalez y Calderón, era uma católica devota de origem indígena e espanhola.
Os pais de Frida se casaram logo após a morte da primeira esposa de Guillermo, durante o nascimento da sua segunda filha. Embora o casamento tenha sido muito infeliz, Guillermo e Matilde tiveram quatro filhas, sendo Frida a terceira. Ela tinha duas meias-irmãs mais velhas. Frida ressaltava que cresceu em um mundo cheio de mulheres.
Enquanto o sentimento de amor e ódio caracterizou o vínculo de Frida Kahlo com a mãe, sua relação com o pai sempre foi muito afetuosa e próxima. Em 1913, com seis anos, Frida contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. A poliomielite fez com que sua perna direita fosse menor e mais fina que a perna esquerda. Passou a usar calças, depois longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas pessoais.
O relacionamento de Frida e seu pai tornou-se ainda mais próximo depois da poliomielite de Frida, já que era seu pai quem principalmente a acompanhava nos exercícios e a orientava nos programas de reabilitação. Frida, por sua vez, presenciou os contínuos e misteriosos desmaios de seu pai, para os quais em sua primeira infância ninguém lhe oferecia qualquer explicação. Estas foram as frequentes crises epilépticas que seu pai sofreu como consequência de uma lesão cerebral precoce. Com o tempo, Frida aprendeu a ajudá-lo nessas circunstâncias e acabou descobrindo sua causa. A experiência compartilhada de lidar com o infortúnio da doença uniu pai e filha com um vínculo muito forte de solidariedade e empatia.
O empreendimento de fotografia de seu pai sofreu muito devido à Revolução Mexicana, já que a guerra civil limitou o número de clientes particulares.
Embora Frida desde o início da infância tenha recebido tutoria artística de Fernando Fernández, ela não estava particularmente interessada na arte como uma carreira.
Não é possível identificar com precisão a escola que Frida frequentou antes de 1922. No entanto, tem sido repetidamente apontado que ela foi aluna da Escola Alemã até 1921 e que lá teria obtido o seu certificado escolar. Contudo, as atas da escola não comprovam isso, nem Frida tinha o domínio esperado da língua alemã, como ela mesma escreveu em uma carta - escrita em inglês - de 1949 a Hans-Joachim Kahlo, onde ela tentava descubra mais sobre seus ancestrais e família na Alemanha.
Em 1922, foi aceita na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e, durante 1922 até 1925, frequentou a escola. Durante seu período acadêmico, Frida focou em disciplinas de ciências naturais para se tornar uma médica.
A instituição havia recentemente começado a admitir mulheres, tendo apenas 35 alunas no total de 2000 estudantes matriculados. Ela teve um bom desempenho acadêmico, era uma leitora voraz e rapidamente se tornou "profundamente imersa e empenhada na cultura mexicana, ativismo político e questões de justiça social".
Durante esse período, Frida fez parte de um grupo informal que se autointitulava como "Cachuchas" - porque usavam bonés de pano como sinal de subversão contra o rígido código de vestimenta do período, o consenso sugere que havia 9 membros principais: Alejandro Gómez Arias (1906-1990), José Gómez Robleda (1904-1987), Manuel González Ramírez (1904-1979), Miguel N. Lira (1905-1961), Agustín Lira (sem parentesco com Miguel), Jesús Ríos Ibañez y Valle e Alfonso Villa. Muitos indivíduos desse grupo mais tarde se tornaram figuras importantes da elite intelectual Mexicana.
Apenas duas mulheres faziam parte do grupo: Carmen Jaime e Frida Kahlo.
Os Cachuchas eram rebeldes, definiam-se como um grupo político, crítico da autoridade, protestavam contra as injustiças e mobilizavam-se para reformas do sistema escolar.
Mas eles também se divertiram e pregaram peças na escola com muito entusiasmo. A sua atividade e posição política enquadram-se entre as ideias revolucionárias anarquistas e românticas. Mais tarde, Frida capturaria em tela uma cena típica de seus encontros com esses amigos. A pintura a óleo, pintada em 1927 e em estilo cubista, intitula-se Los Cachuchas (ou, alternativamente, Si Adelita...) e transmite, com a ajuda de símbolos, a atmosfera do grupo e os interesses dos membros do grupo.
Em seu "Recuerdos de un preparatoriano de siempre" (Memórias de um estudante de segundo grau), González Ramírez lembra: "Nós, 'Los Cachuchas', éramos anarquicamente felizes e passávamos nossa ingenuidade escrevendo versos, acendendo foguetes e estudando à nossa própria maneira. Eu disse estudando? Seria um pouco piedoso dizer que estávamos estudando naqueles dias. Nós realmente devoramos livros sobre uma variedade de assuntos, mas especialmente literatura". Porém, concentrados em seus trabalhos escolares ou não, quase todos os "Los Cachuchas" seguiram para carreiras bem-sucedidas em suas respectivas profissões, desde o direito (González Ramírez), a política (Gómez Arias) e a medicina (Gómez Robleda) até a literatura (Lira) e as artes (Kahlo) - embora algumas sejam mais reconhecidas que outras.
O grupo se separou, como fazem todos os grupos escolares, mas Gómez Arias, González Ramírez, Frida Kahlo e Augustin Lira mantiveram uma estreita amizade. Anos depois, Augustin Lira pendurou uma grande tábua em sua biblioteca, na qual compilou pequenos poemas e dedicatórias de amigos que o visitaram depois de seu retorno à sua Ttlaxcala. A placa de madeira contém 14 inscrições legíveis - assim como pelo menos 3 que desapareceram com o tempo - entre 1948 e 1950. Destas, as únicas assinaturas de "Los Cachuchas" são as de Frida Kahlo e González Ramírez.
A mensagem íntima de Frida Kahlo pedindo ao seu "irmão de alma" para não esquecer a "Cachucha No. 9" inclui um pequeno autorretrato com seu cabelo puxado para trás e escondido sob um gorro de pano.
Após seu trágico acidente em 17 de setembro de 1925, e praticamente confinada à casa de seus pais em Coyoacán, Frida Kahlo começou a pintar com convicção. Seu relacionamento com "Los Cachuchas" continuou, mas sem dúvida era difícil para ela admitir que uma promissora carreira acadêmica chegara ao fim. Seus amigos mais próximos a visitaram durante a sua recuperação e não é de se surpreender que ela tenha dado a eles algumas de suas primeiras obras como presentes. Gómez Arias, o melhor amigo de Frida Kahlo, recebeu seu primeiro autorretrato (de 1926) e talvez também duas aquarelas.
Lira recebeu ao menos quatro de seus trabalhos menores em papel, Frida Kahlo deu todas essas obras a Lira pessoalmente. Em 1982, o Instituto da Cultura de Tlaxcala adquiriu-as dos herdeiros de Lira.
Alex
Stephen Hillenburg - Carreira antes do Bob Esponja Stephen McDannell Hillenburg (Lawton, 21 de agosto de 1961 — San Marino, 26 de novembro de 2018) foi um animador, roteirista, cartunista e biólogo marinho americano, mais conhecido por ser o criador do desenho animado Bob Esponja Calça Quadrada, além de trabalhar com Joe Murray no desenho A vida moderna de Rocko, e com Arlene Klasky em Rugrats (Os anjinhos) como roteirista. Primeiros trabalhos Hillenburg fez seus primeiros trabalhos de animação, curtas-metragens The Green Beret (1991) e Wormholes (1992), enquanto estava na CalArts. The Green Beret era sobre uma escoteira com punhos enormes que derrubava casas e destruía bairros enquanto tentava vender biscoitos. Wormholes foi seu filme de tese de sete minutos, sobre a teoria da relatividade. Ele descreveu este último como "um filme de animação poético baseado em fenômenos relativísticos" em sua proposta de bolsa em 1991 para a Princess Grace Foundation, que auxilia arti...
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