Giallo — Origens literárias, características, sua história e desenvolvimento No cinema italiano, giallo (lit. Amarelo) é um gênero de ficção de mistério e assassinato que geralmente contém elementos de terror, suspense, terror psicológico, suspense psicológico, exploração sexual e, com menos frequência, terror sobrenatural. Este estilo particular de filme de terror italiano mistura geralmente a atmosfera e o suspense da ficção de suspense com elementos de ficção de terror (como violência do terror) e erotismo (semelhante ao gênero francês fantastique), e frequentemente envolve um assassino misterioso cuja identidade não é revelada até o ato final do filme. Origens literárias O termo giallo (“amarelo”) deriva de uma série de romances policiais e de mistério intitulada Il Giallo Mondadori publicada pela Mondadori — a maior editora italiana, fundada em 1907 — em 1929 — e que recebeu o nome do fundo amarelo da capa, marca registrada. A série consistia quase exclusivamente em traduções italianas de romances de mistério de escritores britânicos e americanos. Entre eles estavam Agatha Christie, Ellery Queen, Edgar Allan Poe e Raymond Chandler. Publicados como livros de bolso baratos, o sucesso dos romances giallo logo começou a atrair a atenção de outras editoras italianas. Elas publicavam suas próprias versões e imitaram as capas amarelas. A popularidade dessas séries estabeleceu eventualmente a palavra giallo como sinônimo em italiano para um romance de mistério. No uso coloquial e da mídia na Itália, também se aplicava a um caso misterioso ou não resolvido. O gênero cinematográfico começou como adaptações literais dos romances de mistério originais giallo. Os diretores logo começaram a tirar proveito das técnicas cinematográficas modernas para criar um gênero único que retinha os elementos de mistério e ficção policial dos romances de giallo, mas se aproximava mais dos gêneros de suspense psicológico ou terror psicológico. Muitas das características típicas desses filmes foram incorporadas ao gênero slasher americano posterior. No contexto cinematográfico, para o público italiano, giallo refere-se a qualquer tipo de filme de mistério/assassinato ou suspense de terror, independentemente de sua origem nacional. Características A maioria dos críticos concorda que o giallo representa uma categoria distinta com características temáticas e estilísticas características, embora muitas vezes envolvam crime e trabalho de detetive. O giallo não deve ser confundido com o outro gênero cinematográfico italiano popular da década de 1970, o poliziotteschi, os quais são filmes amplamente influenciados por filmes americanos de ação como Desejo de Matar, Serpico e Operação França. Diretores e atores frequentemente transitavam entre os dois gêneros e há alguma sobreposição entre eles. Enquanto a maioria dos poliziotteschi lidava com o crime organizado e as respostas da polícia a ele, alguns exemplos iniciais do gênero focavam em investigações de assassinatos, e especialmente em casos em que uma mulher havia sido assassinada em circunstâncias sexuais. Esses filmes eram mais psicológicos do que voltados para a ação, e pegavam emprestados vários temas e motivos dos giallos. Exemplos incluem: Investigação de um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita (1970) e Não, o Caso Está Felizmente Resolvido (1973). Alguns filmes poderiam até ser considerados sob a bandeira de qualquer um dos gêneros, como Naked Violence (1969), de Fernando Di Leo, e La polizia chiede aiuto (O que fizeram com suas filhas), de Massimo Dallamano, de 1974. História e desenvolvimento O primeiro romance giallo a ser adaptado para o cinema foi The Postman Always Rings Twice (1934), de James M. Cain, adaptado em 1943 por Luchino Visconti como Ossessione. Embora o filme tenha sido tecnicamente o primeiro da série giallo de Mondadori a ser adaptado, seu estilo neorrealista era marcadamente diferente do caráter estilizado e violento que as adaptações subsequentes adquiririam. Condenado pelo governo fascista, Ossessione acabou sendo aclamado como um marco do cinema neorrealista. Além da tradição literária, os primeiros giallos também foram influenciados pelos filmes alemães krimi; precursores dos gêneros giallo e slasher, os krimis alemães são conhecidos por assassinatos em série e assassinos mascarados. Produzidos pelo estúdio dinamarquês/alemão Rialto Film, sediado em Berlim, o estúdio recebeu o nome do Rialto em Veneza e usou como logotipo uma imagem de uma gôndola em frente à Ponte Rialto. Rialto é o centro comercial e financeiro de Veneza e a Ponte Rialto é a mais antiga das quatro que atravessam o Grande Canal de Veneza. Pouco se sabe sobre as produções da Rialto antes de 1950. A empresa se tornou internacionalmente famosa após a produção do filme Der Frosch mit der Maske de 1959, seguido pelo lançamento de mais 32 filmes baseados nas obras de Edgar Wallace (1 de abril de 1875 - 10 de fevereiro de 1932) foi um escritor britânico de romances, peças e histórias sensacionais de detetive, gângster, aventura e ficção científica. Edgar Wallace foi o criador do King Kong. O diretor sueco Arne Mattsson também foi apontado como uma possível influência, em particular seu filme de 1958 Mannequin in Red. Embora o filme compartilhe semelhanças estilísticas e narrativas com filmes giallo posteriores (particularmente seu uso de cores e seu enredo de assassinato múltiplo), não há evidências diretas de que diretores italianos subsequentes o tenham visto. O primeiro filme "verdadeiro" de giallo é geralmente considerado La ragazza che sapeva troppo (A garota que sabia demais) dirigido por Mario Bava, em 1963. Seu título faz alusão ao clássico de Alfred Hitchcock The Man Who Knew Too Much (1934, refeito por Hitchcock em 1956), destacando a ligação inicial entre giallo e histórias de crimes anglo-americanas. Embora filmado em preto e branco e sem a violência e sexualidade escabrosas que definiriam o giallo posterior, o filme foi creditado por estabelecer a estrutura essencial do gênero: nele, uma jovem turista americana em Roma testemunha um assassinato, vê seu testemunho rejeitado pelas autoridades e deve tentar descobrir a identidade do assassino ela mesma. Bava se baseou na tradição krimi, bem como no estilo hitchcockiano referenciado no título, e a estrutura do filme serviu como um modelo básico para muitos dos giallos que se seguiriam. Bava seguiu The Girl Who Knew Too Much no ano seguinte com o estiloso e influente Blood and Black Lace (1964). Ele introduziu uma série de elementos que se tornaram emblemáticos do gênero: um assasino mascarado com uma luva preta que assassina brutalmente uma série de mulheres bonitas. Embora esse filme não tenha sido um sucesso financeiro na época, os tropos que ele introduziu (particularmente seu assassino de luvas pretas, sexualidade provocativa e uso ousado de cores) se tornariam icônicos do gênero. Vários filmes de suspense/crime com temas semelhantes surgiram nos anos seguintes, incluindo os primeiros trabalhos dos diretores Antonio Margheriti (Nude... si muore [Nu Você Morre] em 1968), Romolo Girolami (Il dolce corpo di Deborah [O Doce Corpo de Deborah ] em 1968). Umberto Lenzi (Orgasmo em 1969), também em 1969, Così dolce… così perversa, Tão Doce… Tão Perversa, e em 1970 Paranoia [Um Lugar Silencioso para Matar]. Riccardo Freda (A doppia faccia [Dupla Face] em 1969) e Lucio Fulci (Una sull'altra [Um em Cima do Outro] em 1969). Todos esses filmes e diretores se tornariam grandes forças criativas no gênero emergente. Mas foi o primeiro longa de Dario Argento, em 1970, que transformou o giallo em um grande fenômeno cultural. Esse filme, O Pássaro das Plumas de Cristal, foi muito influenciado por Blood and Black Lace, e introduziu um novo nível de violência e suspense que ajudaram a redefinir o gênero. O filme foi um sucesso de bilheteria e foi amplamente imitado. Seu sucesso provocou um frenesi de filmes italianos com tramas de assassinatos violentos e sexualmente provocativas. O sucesso de O Pássaro das Plumas de Cristal provocou uma década em que vários gialli foram produzidos todos os anos. Nos círculos cinematográficos de língua inglesa, o termo giallo tornou-se gradualmente sinónimo de um elemento visual pesado, teatral e estilizado. Alex