Gliselda Blanco _ A Madrinha da Cocaína Gliselda Blanco Restrepo (15 de fevereiro de 1943 - 3 de setembro de 2012) foi uma traficante colombiana que se destacou no tráfico de drogas baseado em cocaína e no submundo de Miami, durante a década de 1970 até o início dos anos 2000. Vida pregressa Griselda Blanco Restrepo nasceu em Cartagena, Colômbia, na costa norte do país. Ela e sua mãe, Ana Restrepo, se mudaram para o sul, para Medellín, quando ela tinha três anos; isso a expôs a um estilo de vida criminoso em tenra idade, já que Medellín estava enfrentando anos de seus próprios problemas socioeconômicos, sociais e políticos. Antes de completar 13 anos, ingressou no mundo do crime, tendo estado envolvida no furto de carteiras. Aos 14 anos, para escapar do abuso sexual do namorado de sua mãe, ela fugiu de casa e se casou com Carlos Trujillo, com quem teve três filhos, chamados Uber, Osvaldo e Dizem. Foi com ele que Griselda começou no tráfico de maconha. Sobre a morte de Trujillo, no entanto, existem diferentes versões. Dizem que ela mandou matá-lo, mas isso não é verdade. Ele faleceu de cirrose. Em 1964, após se divorciar de Trujillo, Blanco entrou ilegalmente nos Estados Unidos com documentação falsa, sob um nome falso; ela acabaria se estabelecendo no Queens, Nova York, com seus três filhos. Em Nova York, conhece seu segundo marido, Alberto Bravo, um contrabandista de cocaína do Cartel de Medellín. Eles montaram uma próspera operação de drogas na cidade de Nova York. No entanto, nove anos depois, em abril de 1975, Blanco foi identificada pelas autoridades e indiciada por acusações federais de conspiração para tráfico de drogas, com trinta de seus subordinados. A família fugiu para a Colômbia para evitar a condenação. Dizem que Gliselda também matou Bravo, porém há muitos testemunhos e documentos que indicam que Alberto Bravo foi morto em Bogotá e por uma ala do cartel de Medellín. Se sabe que Griselda Blanco e Pablo Escobar se conheceram, mas, ao contrário do que foi dito sobre uma suposta amizade entre eles, eram inimigos. Popeye, o famoso assassino de aluguel de Escobar, responsável por mais de 300 mortes, se lembrava de como Pablo Escobar tinha orgulho de que seu primeiro grande inimigo no mundo do crime tivesse sido ela. Essa tensão entre eles levou à Primeira Guerra de Medellín no final dos anos 1970 e acabou tirando Griselda da Colômbia, que é quando ela vai tentar a sorte em Miami. Foi Griselda quem idealizou as primeiras rotas de tráfico via Miami, que depois seriam as vias mais usadas pelos cartéis de droga colombianos. Ela tinha uma loja de roupas íntimas, que usava como disfarce. Inventou, por exemplo, uma lingerie com bolsos escondidos para transportar drogas. Em Miami, Griselda conhece seu terceiro marido, Darío Sepúlveda, foi com ele que ela teve seu quarto filho, Michael Corleone Sepúlveda Bravo, batizado em homenagem ao personagem do romance "O Poderoso Chefão", escrito por Mario Puzo e levado ao cinema por Francis Ford Coppola. Sepúlveda faleceu assassinado a mando de Gliselda, após se separarem e ele levar Michael Corleone para a Colômbia. Gliselda foi apelidada de Viúva Negra, por matar seus maridos, porém o único comprovado acabou sendo Sepúlveda, e no fim a Viúva Negra foi uma construção mítica. Sua rede de distribuição, que se estendia pelos Estados Unidos e Colômbia, enviava 1,5 toneladas de cocaína para os Estados Unidos, ganhando US$ 80 milhões por mês. Gliselda é conhecida por seu envolvimento na violência relacionada às drogas, conhecida como "Cocaine Cowboys Wars", que assolou Miami de meados da década de 1970 até o início da década de 1980. À medida que as guerras pelas drogas em Miami se intensificavam e os cartéis rivais se enfrentavam em violentos conflitos, Gliselda foi se tornando ainda mais implacável. No início dos anos 1980, ela era uma das mulheres mais ricas e temidas do mundo. Gliselda rejeitou uma oferta de Carlos Lehder do Cartel de Medellin para entregar seu império por US$ 15 milhões (cerca de R$ 74 milhões, pelo câmbio atual). Em Miami, Griselda teve que enfrentar uma família muito influente conhecida como os irmãos Ochoa, que era parte do cartel de Medellín, liderada por Fabio Ochoa e que tinha muito poder no mundo do tráfico de drogas. Houve uma guerra entre os Ochoa e Griselda, de muita tensão, até que eles acabam virando parceiros. Mesmo tendo controlado o império do narcotráfico em Miami com firmeza por duas décadas, Blanco sabia muito bem que, como mulher em um campo dominado quase exclusivamente por porcos chauvinistas, sua posição era precária. Houve um momento em que ela permitiu que um homem liderasse seus negócios porque os traficantes locais "somente aceitariam um acordo se viesse da boca de um homem". Mas, em 1982, Griselda Blanco ordenou que Jorge Ayala matasse Jesús "Chucho" Castro, um de seus antigos assassinos. Jorge "Rivi" Ayala-Rivera (1957, Cali, Colômbia) é um ex-assassino de aluguel e traficante colombiano. Ele confessou ter participado de 29 assassinatos durante a chamada "Cocaine Cowboys Wars" em Miami e estaria envolvido em outros 12 assassinatos. Ayala afirma que Gliselda queria Castro morto, por dar um soco em um dos seus filhos. O atentado contra a vida de Castro ocorreu em 6 de fevereiro do mesmo ano. Naquela tarde, Miguelitto Pérez e Jorge Ayala abordaram o veículo de Jesús Castro quando ele estava parado no sinal vermelho e dispararam uma metralhadora. As balas, no entanto, não atingiram Jesus Castro, mas seu filho de dois anos, Johnny, que estava sem saber no carro com ele. Agindo sob ordens de Griselda, Ayala e sua equipe mataram o casal de traficantes de drogas Alfredo e Grizel Lorenzo em sua casa em South Miami em 26 de maio de 1982. Os assassinatos foram o resultado aparente de um carregamento de cocaína que o casal havia recebido de Gliselda, mas não conseguiu pagar. De acordo com Ayala, Griselda havia originalmente ordenado o assassinato de todos na casa, mas ordenou que os filhos de Alfredo e Grizel Lorenzo não fossem feridos. Depois do assassinato de Jonnhy Castro, Gliselda preferiu comandar ela própria os negócios. Griselda usou sua posição incomum (mãe e narcotraficante) para ganhar a confiança de outras pessoas marginalizadas pela sociedade. Conhecido como o Êxodo de Mariel — referência ao porto cubano de onde saíram. O êxodo de Mariel foi um movimento migratório em massa de cubanos que ocorreu entre abril e outubro de 1980, quando mais de 125 mil cubanos fugiram de Cuba para os Estados Unidos. Conhecidos como Marielitos, alguns deles já estavam envolvidos em gangues criminosas, tráfico de drogas e assassinatos encomendados. Gliselda se aproveitou da situação e os recrutou para trabalhar para ela. Seu cartel criou seu próprio grupo de matadores, os Sicários, que ficaram conhecidos por seus assassinatos cometidos em motocicletas. Alex

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