Vampiros
Vampiro é um ser mitológico ou folclórico que sobrevive se alimentando da essência vital de criaturas vivas (geralmente sangue). Embora entidades vampíricas tenham sido registradas em várias culturas, o termo vampiro somente se tornou popular no início do século XIX. Após um influxo de superstições vampíricas na Europa Ocidental, vindas de áreas onde lendas sobre vampiros eram frequentes, como os Bálcãs e a Europa Oriental, embora variantes locais sejam também conhecidas por outras designações, como vrykolakas na Grécia e strigoi na Romênia. Este aumento das superstições vampíricas na Europa levou a uma histeria coletiva, resultando em alguns casos na perfuração de cadáveres com estacas e acusações de vampirismo.
Embora mesmo os vampiros do folclore balcânico e da Europa Oriental possuam um vasto leque de aparências físicas, variando de quase humanos até corpos em avançado estado de decomposição. O vampiro carismático e sofisticado da ficção moderna nasceu em 1819 com a publicação de "The Vampyre", do escritor inglês John Polidori; a história foi um grande sucesso e, sem dúvida, a obra sobre vampiros mais influente do início do século XIX. O romance Drácula, de Bram Stoker, de 1897, é lembrado como o romance de vampiros por excelência e forneceu a base da lenda moderna do vampiro, embora tenha sido publicado após o romance Carmilla, de 1872, do também autor irlandês Joseph Sheridan Le Fanu.
O sucesso de Drácula gerou um gênero distinto de vampiros, ainda popular no século XXI, com livros, filmes, programas de televisão e videogames. Desde então, o vampiro se tornou uma figura dominante no gênero de terror.
O termo entrou na língua portuguesa no século XVIII por via do francês vampire, que o tomou do alemão Vampir, que por sua vez o tomou emprestado no início do século XVIII do sérvio вампир/vampir. Uma das primeiras ocorrências do termo registradas na língua portuguesa surge num texto português datado de 1784, em que é usada a forma vampire, indicando a sua proveniência direta do francês. Em 1815, regista-se já a forma atual, vampiro.
Descrição e atributos comuns
É difícil fazer uma descrição única e definitiva do vampiro folclórico, embora existam vários elementos comuns a muitas lendas europeias. Os vampiros eram geralmente relatados como tendo aparência inchada e cor avermelhada, arroxeada ou escura; essas características eram frequentemente atribuídas à ingestão recente de sangue, que frequentemente era visto escorrendo da boca e do nariz quando alguém era visto em sua mortalha ou caixão, e seu olho esquerdo costumava estar aberto. Ele estaria vestido com a mortalha de linho em que foi enterrado, e seus dentes, cabelos e unhas podem ter crescido um pouco, embora em geral as presas não fossem uma característica. Sons de mastigação foram relatados emanando de sepulturas.
Criando vampiros
As causas da geração vampírica eram muitas e variadas no folclore original. Nas tradições eslavas e chinesas, qualquer cadáver que fosse atacado por um animal, particularmente um cão ou um gato, se tornaria um morto-vivo. Um corpo com uma ferida que não tivesse sido tratada com água fervente também podia se tornar um morto-vivo. No folclore russo, dizia-se que os vampiros eram pessoas que se rebelaram contra a Igreja Ortodoxa Russa enquanto estavam vivas.
Prevenção
Práticas culturais surgiam frequentemente com a intenção de impedir que um familiar recentemente falecido se transformasse em um morto-vivo. Enterrar um cadáver de cabeça para baixo era comum, assim como colocar objetos terrestres, como foices, perto do túmulo para impedir o falecido de se levantar de seu caixão. Este método se assemelha à antiga prática grega de colocar um óbolo na boca do cadáver para pagar o pedágio para cruzar o Rio Estige no submundo. A moeda também pode ter sido destinada a afastar quaisquer espíritos malignos de entrar no corpo, e isso pode ter influenciado o folclore vampírico posterior. Essa tradição persistiu no folclore grego moderno sobre os vrykolakas, no qual uma cruz de cera e um pedaço de cerâmica com a inscrição" Jesus Cristo vence" eram colocados no cadáver para evitar que o corpo se tornasse um vampiro.
Outros métodos comumente praticados na Europa incluíam cortar os tendões dos joelhos ou colocar sementes de papoula, painço ou areia no chão no local do túmulo de um suposto vampiro; isso tinha a intenção de manter o vampiro ocupado a noite toda contando os grãos caídos, indicando uma associação de vampiros com aritmomania. Narrativas chinesas semelhantes afirmam que, se um vampiro encontrasse um saco de arroz, teria que contar cada grão; este é um tema encontrado em mitos do subcontinente indiano, bem como em contos sul-americanos de bruxas e outros tipos de espíritos ou seres malignos, ou travessos.
A aritmomania é um transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Um portador deste transtorno tem uma forte necessidade de contar suas ações ou os objetos ao seu redor. O portador pode, por exemplo, se sentir forçado a contar os degraus de uma escada ou o número de letras em uma palavra. Eles frequentemente sentem necessário efetuar determinada ação um certo número de vezes de modo a prevenir uma calamidade hipotética. Outros exemplos incluem contar o número de azulejos em uma parede, o número de faixas pintadas em uma rodovia ou ainda o número de vezes que uma pessoa respira ou pisca.
A aritmomania pode se desenvolver num sistema complexo no qual o paciente pode determinar valores ou números para as pessoas, objetos e eventos, para deduzir a sua coerência. Esta contagem pode ser realizada em voz alta ou em pensamento.
Sheldon Cooper da série The Big Bang Theory possui, possivelmente, aritmomania, que faz parte de seu comportamento compulsivo, usando sempre os mesmos pijamas em dias determinados da semana e tendo uma rotina diária que só é quebrada na terceira quinta-feira do mês, chamada de "quinta onde tudo pode acontecer".
Identificando vampiros
Muitos rituais eram usados para identificar um vampiro. Um método para encontrar o túmulo de um vampiro envolvia conduzir um menino virgem por um cemitério montado em um garanhão virgem — o cavalo supostamente empacaria diante do túmulo em questão. Geralmente, um cavalo preto era necessário, embora na Albânia devesse ser branco.
Os cadáveres que se pensava serem de vampiros eram geralmente descritos como tendo uma aparência mais saudável do que o esperado, rechonchudos e mostrando poucos ou nenhuns sinais de decomposição. Em alguns casos, quando sepulturas suspeitas eram abertas, os aldeões até descreviam o cadáver como tendo sangue fresco de uma vítima por todo o rosto. As evidências de que um vampiro estava ativo em uma determinada localidade incluíam a morte de gado, ovelhas, parentes ou vizinhos. Os vampiros folclóricos também podiam fazer sentir sua presença ao se envolverem em pequenas atividades no estilo poltergeist, como atirar pedras em telhados ou mover objetos domésticos.
Proteção
Apotropaicos — itens capazes de afastar vampiros — são comuns no folclore vampírico. O alho é um exemplo comum; na Europa, sementes de mostarda eram polvilhadas no telhado de uma casa para mantê-los afastados. Outros apotropaicos incluem itens sagrados, como crucifixo, rosário ou água benta. Alguns folcloristas também afirmam que os vampiros são incapazes de andar em solo consagrado, como o de igrejas ou templos, ou atravessar água corrente.
Embora não sejam tradicionalmente considerados apotropaicos, os espelhos são usados para afastar vampiros quando colocados, voltados para fora, em uma porta. Em algumas culturas, os vampiros não têm reflexo e às vezes não projetam sombra, talvez como uma manifestação da falta de alma do vampiro. Este atributo não é universal (o grego vrykolakas tinha reflexo e projetava sombra), mas a história do espelho e da sombra foi usada por Bram Stoker em Drácula e permaneceu popular entre autores e cineastas subsequentes.
Algumas tradições também afirmam que um vampiro não pode entrar em uma casa a menos que seja convidado pelo proprietário; após o primeiro convite, eles podem entrar e sair quando quiserem. Embora se acreditasse que os vampiros folclóricos eram mais ativos à noite, eles geralmente não eram considerados vulneráveis à luz solar.
Métodos de destruição
Os métodos de destruição de suspeitos de vampiros variavam, sendo a estaca o método mais comumente citado, particularmente nas culturas eslavas do sul. O freixo era a madeira preferida na Rússia e nos estados bálticos, ou o espinheiro na Sérvia. O álamo também era usado para estacas, pois se acreditava que a cruz de Cristo era feita de álamo (acreditava-se também que os galhos de álamo nos túmulos de supostos vampiros impediam suas saídas à noite). Os vampiros em potencial eram mais frequentemente estacados no coração, embora a boca fosse o alvo na Rússia e no norte da Alemanha e o estômago no nordeste da Sérvia. Perfurar a pele do peito era uma forma de "desinflar" o vampiro. Isso é semelhante à prática de "enterro anti-vampiro": enterrar objetos afiados, como foices, com o cadáver, para poderem penetrar na pele enquanto o cadáver se transforma em um vampiro.
A decapitação era o método preferido nas áreas alemãs e eslavas ocidentais, com a cabeça enterrada entre os pés, atrás das nádegas ou longe do corpo. Este ato era visto como uma forma de apressar a partida da alma, que em algumas culturas era dita permanecer no cadáver. A cabeça, o corpo ou as roupas do vampiro também podiam ser espetados e presos à terra para evitar que se levantasse.
O povo cigano enfiava agulhas de aço ou ferro no coração de um cadáver e colocava pedaços de aço na boca, sobre os olhos, orelhas e entre os dedos no momento do enterro.
Eles também colocavam espinheiro na meia do cadáver ou enfiavam uma estaca de espinheiro nas pernas. Em um enterro do século XVI perto de Veneza, um tijolo forçado na boca de um cadáver feminino foi interpretado como um ritual de matar vampiros pelos arqueólogos que o descobriram em 2006. Na Bulgária, mais de 100 esqueletos com objetos de metal, como pedaços de arado, incrustados no torso, foram descobertos.
Outras medidas incluíam despejar água fervente sobre o túmulo ou a incineração completa do corpo. No sudeste da Europa, um vampiro também podia ser morto por tiro ou por aspersão de água benta no corpo. Na Romênia, o alho podia ser colocado na boca e, ainda no século XIX, a precaução de atirar uma bala através do caixão era tomada. Para casos resistentes, o corpo era desmembrado e os pedaços queimados, misturados com água e administrados aos familiares como cura. Nas regiões saxônicas da Alemanha, um limão era colocado na boca de suspeitos de serem vampiros.
Uma runa com uma inscrição para manter o falecido em seu túmulo. Museu Nacional Dinamarquês.
Alex
Stephen Hillenburg - Carreira antes do Bob Esponja Stephen McDannell Hillenburg (Lawton, 21 de agosto de 1961 — San Marino, 26 de novembro de 2018) foi um animador, roteirista, cartunista e biólogo marinho americano, mais conhecido por ser o criador do desenho animado Bob Esponja Calça Quadrada, além de trabalhar com Joe Murray no desenho A vida moderna de Rocko, e com Arlene Klasky em Rugrats (Os anjinhos) como roteirista. Primeiros trabalhos Hillenburg fez seus primeiros trabalhos de animação, curtas-metragens The Green Beret (1991) e Wormholes (1992), enquanto estava na CalArts. The Green Beret era sobre uma escoteira com punhos enormes que derrubava casas e destruía bairros enquanto tentava vender biscoitos. Wormholes foi seu filme de tese de sete minutos, sobre a teoria da relatividade. Ele descreveu este último como "um filme de animação poético baseado em fenômenos relativísticos" em sua proposta de bolsa em 1991 para a Princess Grace Foundation, que auxilia arti...
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