Os pais de Mussolini Alexandre Mussolini (Montemaggiore di Predappio, 11 de novembro de 1854 – Forlì, 19 de novembro de 1910) foi um ativista e artesão italiano, conhecido principalmente por ser o pai de Benito Mussolini (1883 - 1945). Alinhado politicamente com o socialismo revolucionário e com simpatias nacionalistas, foi também um ativista político. Ferreiro de profissão, exerceu considerável influência na formação política inicial do filho, próximo das posições do sindicalismo revolucionário e do socialismo. Filho de Luigi Agostino Gaspare Mussolini (1834-1908) e Caterina Vasumi (1834-1905), nasceu na casa que em 1849 acolheu Giuseppe e Anita Garibaldi fugidos de San Marino em direção aos Vales de Comacchio. Alexandre Mussolini entrou na política em 1873, com somente 19 anos, como um revolucionário socialista militante. No ano seguinte, ele participou das atividades de revolta na cidade de Predappio, local de nascimento de seu filho, o futuro ditador da Itália. Tornou-se membro do governo local e era conhecido pelas autoridades pelas polêmicas que o envolviam no uso da violência contra opositores políticos, sendo irascível e de temperamento sanguíneo. Alexandre Mussolini, sendo um socialista de pleno direito, acreditava que os meios de produção deveriam pertencer ao Estado e que a sociedade deveria ser governada e liderada por uma classe dominante composta por trabalhadores. Além disso, ele acreditava que os métodos de trabalho e as condições em que os trabalhadores viviam precisavam ser completamente revistos. Alexandre Mussolini possuía sentimentos nacionalistas e admirava figuras italianas com tendências socialistas e humanistas como Carlo Pisacane, Giuseppe Mazzini, e Giuseppe Garibaldi. A visão política de Alexandre Mussolini combinava os pontos de vista de figuras anarquistas como Carlo Cafiero e Mikhail Bakunin, o autoritarismo militar de Garibaldi, e o nacionalismo de Mazzini. Ele tinha, portanto, uma visão política composta de diferentes elementos que combinavam o militarismo de estilo garibaldiano, o sentimento nacionalista mazziniano e o socialismo humanitário. Ele preso em 1878 e permaneceu em prisão domiciliar por quatro anos, até 1882. Em 25 de janeiro de 1882, uma vez liberto pelas autoridades locais que o mantinham em prisão domiciliar, casou-se com a professora primária e devota católica Rosa Maltoni. Ao contrário de sua esposa, Alexandre Mussolini não acreditava em Deus e odiava a Igreja Católica, mas, apesar dessas diferenças substanciais, seus ideais não influenciaram seu relacionamento conjugal e familiar. O pai de Rosa Maltoni, porém, não via com bons olhos esta união e nunca aprovou o casamento entre os dois. Em 29 de julho de 1883, nasceu seu primogênito, Benito Mussolini que foi profundamente influenciado pelas ideias políticas de seu pai, aprendendo sobre figuras como Karl Marx, de quem seu pai falava; Ele também o ajudou em seu trabalho como ferreiro. Posteriormente, em 11 de janeiro de 1885, nasceu o segundo filho, Arnaldo, nomeado em homenagem a Arnaldo da Brescia. Arnaldo da Brescia (Bréscia, 1090 – Roma, 18 de junho de 1155),foi um reformador religioso caracterizado por uma eloquência notável e uma forte aversão à instituição eclesiástica tradicional. Apoiou o movimento antipapal e autonomista romano e, na época do Risorgimento, tornou-se uma figura de referência para os neogibelinos. O Risorgimento, foi o movimento de unificação da Itália no século XIX. Este movimento visava criar um estado-nação italiano, unindo vários estados e reinos independentes que existiam na Península Itálica. O processo de unificação foi complexo, envolvendo revoltas, guerras e negociações, e resultou na criação do Reino da Itália em 1861. Os neogibelinos eram uma corrente cultural secular, republicana e unitária que se difundiu na Itália na primeira metade do século XIX e que, inspirada pelo Iluminismo e pelo anticlericalismo, se opôs à ingerência eclesiástica e aos neoguelfos papais de Vincenzo Gioberti. Em 10 de novembro de 1888, nasceu a filha mais nova, Edvige. Em 1882, ele contribuiu significativamente para a eleição de Andréa Costa (Ímola, 29 de novembro de 1851 — Ímola, 19 de janeiro de 1910) foi um político italiano, entre os fundadores do socialismo na Itália, o primeiro deputado socialista da história da Itália. Em 1889, Alessandro Mussolini foi eleito vereador e depois assessor no município de Predappio, cargo que conquistou com 107 votos em 115 eleitores. A administração socialista, da qual ele fazia parte, manteve o poder até meados de 1893 e, após uma interrupção temporária, de meados de 1899 a meados de 1902. Durante esse período, Alessandro Mussolini organizou a primeira cooperativa local entre trabalhadores e colaborou, com artigos curtos e correspondências, com vários jornais socialistas e republicanos. Durante as eleições municipais de julho de 1902, alguns tumultos eclodiram em Predappio. Alessandro Mussolini não se envolveu, mas, apesar disso, foi preso e detido, aguardando julgamento, por seis meses, até que o Tribunal de Forlì o absolveu. No entanto, a detenção enfraqueceu sua condição física e, nos meses seguintes, sua atividade política diminuiu rapidamente até cessar completamente. Por causa de suas ideias políticas, Alessandro Mussolini muitas vezes teve dificuldade em encontrar emprego e caiu na tentação do álcool, tornando-se um alcoólatra. Após a morte de sua esposa Rosa (1905), Alessandro Mussolini deixou Predappio para trabalhar como hoteleiro nos arredores de Forlì; Aí se relacionou com uma camponesa viúva, Anna Lombardi, a quem já cortejara quando jovem: um detalhe curioso é que a mulher tinha cinco filhas e, entre elas, destacava-se Rachele Guidi, futura esposa de Benito. Em 1909, ele deu permissão ao seu filho e Rachele para ficarem noivos, também porque Benito havia ameaçado cometer assassinato-suicídio em caso de uma resposta negativa. Exausto pelo novo trabalho — no qual, ocasionalmente, contava com a ajuda do primogênito — e pelo hábito de beber, morreu poucos dias depois de completar 56 anos. Rosa Maltoni Mussolini (San Martino in Strada, 22 de abril de 1858 – Predappio, 19 de fevereiro de 1905) foi uma professora italiana, conhecida por ser mãe de Benito Mussolini. Nascida no subúrbio de San Martino in Strada, filha de um veterinário, Giuseppe Maltoni, e de uma dona de casa, Marianna Ghetti, originalmente de Forlì. Em 1880 conheceu o ferreiro Alessandro Mussolini, quatro anos mais velho que ela e ativista socialista, com quem se casou em 25 de janeiro de 1882. Do casamento nasceram Benito, o futuro fundador do fascismo, Arnaldo e Edvige. Professora no Palazzo Varano, Rosa Maltoni faleceu prematuramente em 1905 devido a meningite. O apego de Benito à sua mãe era tal que ela foi retratada como a mulher italiana ideal e muitos foram visitar o seu túmulo, prestando-lhe uma veneração quase religiosa. Durante o período fascista, foi-lhe dedicada uma rua da cidade de Roma, e também várias escolas. Desde 1957 ela está enterrada na cripta da família Mussolini, ao lado do marido, no cemitério de Predappio.