David Bowie, Berlim - The Idiot e Lust for Life David Bowie, nome artístico de David Robert Jones, (Londres, 8 de janeiro de 1947 — Nova Iorque, 10 de janeiro de 2016), foi um cantor, compositor, ator e produtor musical britânico. Por vezes referido como "camaleão do Rock" pela capacidade de sempre renovar sua imagem, foi uma importante figura na música popular durante cinco décadas. Sendo considerado um dos músicos populares mais inovadores e ainda influentes de todos os tempos, sobretudo por seu trabalho nas décadas de 1970 e 1980, além de ser distinguido por um vocal característico e pela profundidade intelectual de sua obra. Bowie se mudou para a Suíça em 1976, comprou um chalé numa montanha no norte do Lago de Genebra. Na nova residência, sua dependência pela cocaína cresceu; além disso, quis aventurar-se em atividades extramusicais. Começou a pintar e produziu uma série de quadros pós-modernistas. Em turnê, costumava desenhar num caderno e fotografar cenas que serviriam de referência futura. Ao visitar o Brücke Museum em Berlim e outras galerias em Genebra, Bowie se transformou, nas palavras do biógrafo Christopher Sandford, "num prolífico pintor e colecionador de arte contemporânea. Mas não somente um famoso patrono de arte expressionista: trancafiado em Clos des Mésanges, iniciou um curso intensivo de autoaperfeiçoamento em música clássica e literatura, e começou a trabalhar numa autobiografia". Tais aperfeiçoamentos só enriqueceriam seu trabalho de estúdio e palco. Em agosto de 1976, Bowie se mudou para Berlim Ocidental com seu amigo Iggy Pop para se livrar de seus vícios em drogas e escapar dos holofotes. Bowie e Iggy dividiram um apartamento em Schöneberg, que até a reforma administrativa de Berlim em 2001,era um distrito separado, agora faz parte do novo distrito de Tempelhof-Schöneberg. O interesse de Bowie no krautrock alemão e nas obras ambientais do multi-instrumentista Brian Eno. Krautrock é um termo genérico atribuído às bandas experimentais na Alemanha do fim da década de 1960 e do começo da década de 1970. Originalmente, era um termo utilizado pejorativamente pela imprensa musical inglesa. No entanto, muito pelo sucesso dessas bandas, o termo ganhou mais tarde um significado positivo, sendo atualmente visto como um título de reconhecimento ao invés de insulto. A música ambiente é um gênero musical que enfatiza o tom e a atmosfera em detrimento da estrutura ou ritmo musical tradicional. Muitas vezes soando "pacífica" e sem composição, batida e/ou melodia estruturada, a música ambiente usa camadas texturais de som que podem recompensar a escuta passiva e ativa, e encorajar uma sensação de calma ou contemplação. Brian Peter George St. Jean le Baptiste de la Salle Eno (Woodbridge, Inglaterra, 15 de maio de 1948) é um músico, compositor, produtor musical, artista visual e teórico britânico, um dos maiores responsáveis pelo desenvolvimento da música ambiente. Autodenominado “não-músico”, Eno ajudou a introduzir abordagens. conceituais e técnicas de gravação singulares na música contemporânea. Já foi descrito como uma das figuras mais influentes e inovadoras da música popular. Dessas influências nasceram os álbuns, coproduzidos com Tony Visconti, que ficaram conhecidos como a Trilogia de Berlim. O primeiro álbum, Low (1977), foi gravado na França e teve influência do krautrock e apresentou pequenos fragmentos de música ambiental. Antes de sua gravação, Bowie produziu o álbum solo de estreia de Iggy Pop, The Idiot, descrito como "um trampolim entre Station to Station e Low ". Bowie compôs a maioria das músicas para The Idiot, enquanto Iggy Pop escreveu a maioria das letras muitas vezes em resposta à música que Bowie estava criando. Durante sua gravação, Bowie desenvolveu um novo processo, onde as faixas de apoio foram gravadas primeiro, seguidas por overdubs, com letras e vocais escritos e gravados por último. Overdubbing, no contexto da produção musical, é a técnica de gravar novas faixas de áudio (instrumentais ou vocais) sobre uma gravação já existente. Essa técnica permite que músicos e produtores adicionem camadas adicionais de som, criem harmonias, coros ou até mesmo substituam partes gravadas anteriormente. O overdubbing revolucionou a produção musical ao permitir que partes musicais fossem gravadas separadamente e em momentos diferentes, abrindo um leque de possibilidades criativas e técnicas. Bowie favoreceu fortemente esse processo de "três fases", que usaria pelo resto de sua carreira. Como The Idiot foi gravado antes de Low , o álbum foi referido como o início não oficial do período berlinense de Bowie, já que sua música apresentava um som que lembrava o que Bowie exploraria na Trilogia de Berlim. Bowie e Tony Visconti co-mixaram no Hansa Studios em Berlim Ocidental. Embora The Idiot tenha sido concluído em agosto de 1976, Bowie queria ter certeza de que teria seu próprio álbum nas lojas antes de seu lançamento. O proprietário do castelo e baixista em The Idiot, Laurent Thibault, opinou que "[Bowie] não queria que as pessoas pensassem que ele havia se inspirado no álbum de Iggy, quando, na verdade, era tudo o mesmo." Embora os críticos considerem The Idiot bom por si só, os fãs de Iggy criticaram o álbum como não representativo de seu repertório e como evidência de que ele foi "cooptado" por Bowie para seus próprios fins. Bowie admitiu mais tarde: "O pobre [Iggy], de certa forma, se tornou uma cobaia para o que eu queria fazer com o som. Eu não tinha o material na época e não tinha vontade de escrever nada. Eu me sentia muito mais como se estivesse relaxando e apoiando o trabalho de outra pessoa, então aquele álbum foi oportuno, criativamente." O biógrafo Chris O'Leary considera The Idiot um álbum de Bowie tanto quanto um de Iggy Pop. Embora se diga que a Trilogia de Berlim compreende Low, Heroes e Lodger, O'Leary argumenta que a verdadeira Trilogia de Berlim consiste em The Idiot, Low e Heroes, com Lust for Life como um "suplemento" e Lodger como um epílogo". A RCA esperava que ele fizesse uma turnê para promover Low. Bowie fez uma turnê com Iggy Pop para promover The Idiot. A turnê começou em 1º de março de 1977 e terminou em 16 de abril. Bowie foi inflexível sobre não tirar os holofotes de Iggy Pop, tocando teclado e não se dirigindo ao público. Apesar disso, alguns críticos acreditavam que Bowie ainda estava no comando. Da mesma forma, durante as entrevistas, Iggy Pop era frequentemente questionado mais sobre Bowie do que sobre seu próprio trabalho. Como resultado, Iggy Pop adotou uma abordagem mais direta ao fazer Lust for Life. No final da turnê, Bowie e Iggy Pop retornaram ao estúdio para gravar o segundo álbum solo de Pop, Lust for Life (1977). Bowie teve menos influência sobre Lust for Life, ele deixou Iggy Pop compor seus próprios arranjos para as faixas, resultando em um som que lembrava mais os trabalhos anteriores de Iggy Pop. A gravação ocorreu no Hansa by the Wall, em Berlim Ocidental, concluída em duas semanas e meia, de maio a junho de 1977, e lançada em agosto. Embora Bowie tenha dito que planejava colaborar em um terceiro projeto com Iggy Pop, Lust for Life seria a última colaboração oficial da dupla até meados da década de 1980. Prédio na Hauptstraße 155, Schöneberg Berlim, onde Bowie e Iggy Pop moraram de 1976 a 1978. Alex

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