Dia Mundial da Fotografia — Vida e obra de Sebastião Salgado
Sebastião Ribeiro Salgado Júnior, OMC (Aimorés, 8 de fevereiro de 1944 — Paris, 23 de maio de 2025) foi um fotógrafo documental, social e fotojornalista brasileiro.
Salgado viajou por mais de 120 países para seus projetos fotográficos. A maioria deles apareceu em inúmeras publicações de imprensa e livros. Exposições itinerantes de seu trabalho foram apresentadas em todo o mundo.
As suas fotos a preto e branco representam a dignidade fundamental das pessoas e são testemunhos contra a guerra, pobreza e outras injustiças sociais. Salgado foi Embaixador da Boa Vontade da UNICEF e foi multi-premiado pelo seu trabalho.
Infância, educação e exílio
Sebastião Salgado nasceu na vila de Conceição do Capim, distrito de Aimorés, e viveu sua infância no distrito de Expedicionário Alício, também em Aimorés, no interior de Minas Gerais. Após uma infância um tanto itinerante. Salgado formou-se em economia, obtendo o título de bacharel pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e o título de mestre pela Universidade de São Paulo, em 1968. Ele começou a trabalhar como economista para a Organização Internacional do Café e frequentemente viajava para a África em missões para o Banco Mundial. Foi em suas viagens à África que Salgado começou a tirar fotografias seriamente.
A ida para Paris em 1969 reflete tanto sua atuação política quanto sua produção artística. Salgado chegou a integrar um grupo ligado à Ação Libertadora Nacional (ALN), organização liderada por Carlos Marighella, e doava seu salário para a organização. Sua atuação política, no entanto, só foi conhecida pelas autoridades em 1974, quando ele já estava exilado.
Salgado documentou a Revolução dos Cravos e os processos de independência de Angola e Moçambique, que deixaram de ser colônias portuguesas. Embora não tenha sido um registro direto da ditadura brasileira, seu trabalho na Revolução dos Cravos e em outros contextos de luta por liberdade foi uma forma de crítica ao autoritarismo e à opressão.
Trabalho
Ele optou por abandonar a carreira de economista e mudou para a fotografia em 1973, trabalhando inicialmente em atribuições de notícias antes de se voltar mais para o trabalho do tipo documentário. Em 1979, após passagens pelas agências de fotografia Sygma e Gamma, entrou para a Magnum. Encarregado de uma série de fotos sobre os primeiros 100 dias de governo de Ronald Reagan, Salgado documentou o atentado a tiros cometido por John Hinckley, Jr. contra o então presidente dos Estados Unidos, no dia 30 de março de 1981, em Washington. A venda das fotos para jornais de todo o mundo permitiu ao brasileiro financiar seu primeiro projeto pessoal: uma viagem à África.
Seu primeiro livro, Outras Américas, sobre os pobres na América Latina, foi publicado em 1986. Na sequência, publicou Sahel: O "Homem em Pânico" (também publicado em 1986), resultado de uma longa colaboração de doze meses com a organização não governamental, Médicos Sem Fronteiras, cobrindo a seca no norte da África. Entre 1986 e 1992, ele concentrou-se na documentação do trabalho manual em todo o mundo, publicada e exibida sob o nome "Trabalhadores", um feito monumental que confirmou sua reputação como fotógrafo documentarista de primeira linha.
Os três livros acima mencionados são coleções gigantescas com centenas de imagens, cada uma de todo o mundo. Suas fotos mais famosas são da mina de ouro no Brasil Serra Pelada, tiradas entre 1986 e 1989.
Ele deixou a Magnum em 1994 e com sua esposa Lélia Wanick Salgado formou sua própria agência, a Amazonas Images, em Paris, para representar seu trabalho.
Consagração internacional
De 1993 a 1999, ele voltou sua atenção para o fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas, que resultou em Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e aclamados internacionalmente. Na introdução de Êxodos, escreveu: "Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…".
Em setembro de 2000, com o apoio das Nações Unidas e do UNICEF, Sebastião Salgado montou uma exposição no Escritório das Nações Unidas em Nova Iorque, com 90 retratos de crianças desalojadas extraídos de sua obra Retratos de Crianças do Êxodo. Essas fotografias prestam testemunho a 30 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria delas crianças e mulheres sem residência fixa.
Entre 2004 e 2011, Salgado trabalhou em Gênesis, para apresentar as faces imaculadas da natureza e da humanidade. Consiste em uma série de fotografias de paisagens e vida selvagem, bem como de comunidades humanas que continuam a viver de acordo com suas tradições e culturas ancestrais. Este conjunto de trabalhos é concebido como um caminho potencial para a redescoberta da humanidade de si mesma na natureza.
Em setembro e outubro de 2007, Salgado expôs suas fotografias de trabalhadores do setor de café da Índia, Guatemala, Etiópia e Brasil na Embaixada do Brasil em Londres. O objetivo do projeto era conscientizar o público sobre as origens da bebida popular.
Salgado fotografou a paisagem e as pessoas da floresta amazônica.
Técnica fotográfica e Academia
Trabalhando inteiramente com fotos em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo seu objeto de trabalho e sua determinação em mostrar o significado mais amplo do que estava acontecendo com essas pessoas criou um conjunto de imagens que testemunham a dignidade fundamental de toda a humanidade ao mesmo tempo que protestam contra a violação dessa dignidade por meio da guerra, pobreza e outras injustiças sociais.
Em 6 de dezembro de 2017, tomou posse da cadeira n.º 1, das quatro cadeiras de fotógrafos da Academia de Belas Artes da França. Na cerimônia oficial de posse como imortal da Academia, recebeu o fardão e a espada, sendo o primeiro brasileiro a integrar o rol de imortais da instituição.
Ativismo e ambientalismo
Ao longo dos anos, Sebastião Salgado contribuíu generosamente com organizações humanitárias incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos Sem Fronteiras e a Anistia Internacional.
Juntos, Lélia e Sebastião trabalharam desde a década de 1990 na restauração de parte da Mata Atlântica no Brasil. Em 1998, conseguiram transformar 6.900 hectares em reserva natural e criaram o Instituto Terra. O instituto dedica-se à missão de reflorestamento, conservação e educação ambiental.
Vida pessoal e morte
Casou-se com a pianista Lélia Deluiz Wanick, autora do projeto gráfico da maioria de seus livros. O casal tem dois filhos, Juliano Salgado, nascido em 1974, e Rodrigo, nascido em 1979, que tem Síndrome de Down. Juliano é cineasta.
Salgado e sua obra são o foco do filme O Sal da Terra (2014), dirigido por Wim Wenders e filho de Salgado, Juliano Ribeiro Salgado, e produzido por Lélia Wanick Salgado.
O Sal da Terra foi indicado ao Oscar 2015 de melhor documentário.
Ernst Wilhelm "Wim" Wenders (Düsseldorf, 14 de agosto de 1945) é um cineasta, dramaturgo, fotógrafo e produtor de cinema alemão, além de uma das mais importantes figuras do Novo Cinema Alemão.
Em uma viagem de 2010 à Nova Guiné, Indonésia, Salgado contraiu malária falciparum, que prejudicou permanentemente sua função da medula óssea. Salgado faleceu em Paris em 23 de maio de 2025, aos 81 anos. A causa da morte foi uma leucemia grave, desenvolvida como complicação da malária contraída em 2010. Sua morte foi anunciada pelo Instituto Terra no dia seguinte.
Alex
Stephen Hillenburg - Carreira antes do Bob Esponja Stephen McDannell Hillenburg (Lawton, 21 de agosto de 1961 — San Marino, 26 de novembro de 2018) foi um animador, roteirista, cartunista e biólogo marinho americano, mais conhecido por ser o criador do desenho animado Bob Esponja Calça Quadrada, além de trabalhar com Joe Murray no desenho A vida moderna de Rocko, e com Arlene Klasky em Rugrats (Os anjinhos) como roteirista. Primeiros trabalhos Hillenburg fez seus primeiros trabalhos de animação, curtas-metragens The Green Beret (1991) e Wormholes (1992), enquanto estava na CalArts. The Green Beret era sobre uma escoteira com punhos enormes que derrubava casas e destruía bairros enquanto tentava vender biscoitos. Wormholes foi seu filme de tese de sete minutos, sobre a teoria da relatividade. Ele descreveu este último como "um filme de animação poético baseado em fenômenos relativísticos" em sua proposta de bolsa em 1991 para a Princess Grace Foundation, que auxilia arti...
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